São Paulo – O Ibovespa já abriu em forte alta, chegando a superar os 106 mil pontos e voltando a níveis do início de março deste ano, após a notícia de que a vacina da Moderna contra o coronavírus tem mais de 94% de eficácia, em mais um passo na corrida contra a pandemia. No entanto, o índice mostra um pouco de volatilidade em função do vencimento de opções sobre ações e da queda de papéis de varejistas e empresas de tecnologia, em um movimento de rotação de setores.
Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava alta de 0,78%, aos 105.549,13 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 16,8 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em dezembro de 2020 apresentava avanço de 0,67%, aos 105.680 pontos.
O dia ainda foi de dados positivos das economias chinesa e japonesa, além de 15 países asiáticos terem fechado um importante acordo comercial após anos de negociações, criando um bloco. Na cena doméstica, os resultados das eleições municipais são analisados.
Para o estrategista da Genial Investimentos, Filipe Villegas, apesar dos números de infectados por coronavírus continuar crescendo em vários países como os Estados Unidos, “o mercado está olhando além do horizonte”, com expectativa de crescimento econômico em 2021 e a “proximidade de uma vacina”.
A empresa Moderna anunciou que dados preliminares da fase três de testes mostram que sua vacina é mais de 94% eficaz na prevenção do coronavírus, em estudo com mais de 30 mil participantes nos Estados Unidos. A vacina é ainda mais eficaz do que a da Pfizer em parceria com a Biontech, que recentemente anunciou eficácia de 90%, já a Johnson & Johnson lançou um ensaio de estágio final de sua vacina.
Na Ásia, a Bolsa de Tóquio alcançou seu maior nível em 29 anos nesta segunda-feira após o PIB do país registrar sua primeira expansão em quatro meses. Na China, as vendas no varejo, produção industrial e investimento também subiram, mostrando continuidade na recuperação econômica. Além disso, várias nações asiáticas assinaram a Parceria Econômica Regional Abrangente (RCEP, na sigla em inglês) criando um bloco comercial na região.
No Brasil, a XP Investimentos destaca que os resultados que saem deste primeiro turno das eleições municipais podem ter impacto na discussão da agenda fiscal. “Bolsonaro, apesar de não ter feito campanha propriamente dita, vê impacto da derrota de aliados (a principal delas em São Paulo) e da escolha do eleitorado por candidatos mais tradicionais e menos extremos. A pressão no Congresso será, como sempre foi, por maiores gastos”, afirmam, em relatório.
Após o primeiro turno, o Congresso também volta ao trabalho com a possível tentativa de algum avanço na agenda e votação de medidas apresentadas pelo governo.
O dólar comercial tem queda firme frente ao real desde a abertura dos negócios influenciado pelo exterior positivo com números de atividade mais positivos na China e na Ásia, elevando o otimismo com a notícia de que testes realizados com uma vacina da Moderna teve 94% de eficácia contra o novo coronavírus.
Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava queda de 0,91%, sendo negociado a R$ 5,4240 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em dezembro de 2020 apresentava recuo de 0,65%, cotado a R$ 5,426.
“Elevam as esperanças”, diz o consultor de câmbio da corretora Advanced, Alessandro Faganello, sobre a resposta do mercado que busca por risco, com os índices das bolsas de valores em alta e com o dólar enfraquecido ante as moedas pares e de países emergentes.
A Moderna anunciou que os dados preliminares de testes da fase 3 mostram que sua vacina é mais de 94% eficaz na prevenção da covid-19, em um estudo com mais de 30 mil participantes nos Estados Unidos. Em comunicado, a farmacêutica declarou que o objetivo primário do estudo de fase 3 é baseado na análise de casos do novo coronavírus confirmados e julgados a partir de duas semanas após a segunda dose da vacina.
Quanto aos dados da Ásia, na China, a produção industrial subiu 6,9% em outubro na comparação anual, enquanto o Produto Interno Bruto (PIB) do Japão subiu 5,0% no terceiro trimestre em relação ao trimestre anterior, e avançou 21,4% ante o mesmo período de 2019. “As economias da Ásia-Pacífico formaram o maior bloco de livre comércio do mundo, um acordo apoiado pela China e que exclui os Estados Unidos”, acrescenta Faganello.
As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) mantêm o ritmo de retirada de prêmios, ganhando força ao longo da curva a termo, beneficiadas pelo ambiente externo favorável aos ativos de risco. Ainda assim, a desaceleração na queda do dólar, que já se aproxima da faixa de R$ 5,45, e a expectativa por novidades sobre a questão fiscal no Brasil inibem o ímpeto do movimento.
Às 13h30, o DI para janeiro de 2022 tinha taxa de 3,28%, de 3,34% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 4,88%, de 4,94% após o ajuste ontem; o DI para janeiro de 2025 estava em 6,67%, de 6,70%; e o DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 7,44%, de 7,46%, na mesma comparação.