Não há menor risco de hiperinflação, diz diretor da IFI

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São Paulo – O Brasil não corre o risco de passar por um episódio de hiperinflação, disse o diretor-executivo da Instituição Fiscal Independente (IFI), Felipe Salto, durante audiência em uma comissão mista do Congresso Nacional. A previsão de que isso poderia acontecer foi feita recentemente pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.

“Eu acho que não há menor risco de hiperinflação”, disse ele, acrescentando que a alta dos preços no momento é decorrente em parte da desvalorização do real em função da saída de capitais do balanço de pagamentos e que afeta bens comercializáveis.

“O espalhamento disso para serviços e bens não comercializáveis pode acontecer, mas a medida que taxa de câmbio ficar mais controlada, e as pressões se dissiparem – o que depende muito de dirimir risco fiscal presente no cenário dos mercados, analistas e departamentos econômicos -, essa coisa vai amainar. Requer vigilância constante, mas não cabe falar em hiperinflação”, afirmou.

O secretário do Tesouro, Bruno Funchal, que também participou da audiência, disse que o comentário de Guedes a respeito da hiperinflação foi feito comparando o que aconteceu com o Brasil na década de 1980 e os efeitos disso na década de 1990.

“Teve alertas do passado em relação a isso. Quando ministro fala disso olha para década de 1980. Ele fala ‘a gente gastou demais na década de 1980 e a forma de pagar isso foi emitir moeda”, o que gerou a hiperinflação, segundo Funchal.

“A gente tem que resolver pelo lado do gasto. Esse é o debate que a gente precisa travar neste momento”, acrescentou, em relação à necessidade de ajuste fiscal.