São Paulo — A coordenadora de resposta ao coronavírus da Casa Branca, Deborah Birx, alertou ontem que o aumento de casos de covid-19 é provavelmente o evento mais difícil da história dos Estados Unidos.
“Este não é apenas o pior evento de saúde pública. Este é o pior evento que este país enfrentará”, disse Birx, durante uma entrevista à rede de televisão “NBC”.
“Esta onda ocorrendo agora entre o outono e o inverno está combinando tudo o que vimos na primavera com tudo o que vimos no verão – e se tornará uma só onda gigante quando se juntar a que surgirá agora no inverno. Acho que é por isso que o Dr. Redfield fez um apelo absoluto ao povo americano “, disse Birx.
Na quarta-feira, o diretor do Centro de Controle e Prevenção de Doenças, Dr. Robert Redfield, disse que os próximos meses serão “os momentos mais difíceis na história da saúde pública desta nação”.
“Não podemos entrar na temporada de férias, Natal, Hanukkah, Kwanza, com a ideia de que nada vai acontecer a você”, disse Birx. “Essa realidade se aplica a todos.”
“Se você não quer perder seus avós, suas tias, sejamos claros: se você tem mais de 70 anos, 20% das pessoas com mais de 70 anos que contraem a Covid são hospitalizadas e, ainda assim, 10% delas falecem”, acrescentou Birx.
“Então, se você tem alguém em sua família com comorbidades ou mais de 70 anos, você não pode fazer essas coisas. Você não pode se reunir sem a máscara, você não pode abraçar e beijar as pessoas de fora”, disse ela.
Birx reconheceu a existência de uma série de vacinas que mostraram resultados promissores em ensaios clínicos. Mas, segundo ela, elas não estarão disponíveis para os norte-americanos mais vulneráveis fevereiro.
“Então, precisamos fazer isso agora. Sim, as casas de saúde serão vacinadas, mas há 100 milhões de americanos que têm essas comorbidades que os colocam em risco substancial”, disse Birx, referindo-se às condições médicas subjacentes que podem tornar as pessoas mais vulneráveis vírus.
A pandemia de covid-19 está matando um número recorde de norte-americanos diariamente, e os números devem piorar como resultado das reuniões realizadas para o feriado de Ação de Graças.
Mais de 2.000 pessoas nos Estados Unidos morrem da doença diariamente, de acordo com dados compilados pela Universidade Johns Hopkins. Na quinta-feira, mais de 2.800 mortes pela doença foram registradas, um novo recorde.
Grande parte da preocupação relacionada ao novo aumento de casos tem a ver com hospitais de todo o país se enchendo de pacientes. Mais de 100 mil pessoas estão hospitalizados, de acordo com o Covid Tracking Project.