São Paulo, 10 de dezembro de 2020 – As vendas do comércio varejista restrito, que excluem veículos e material de construção, avançaram pelo sexto mês seguido em outubro, em +0,9% em relação a setembro, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado contrariou a previsão, de queda de 0,10%, conforme mediana calculada pelo Termômetro CMA.
Já na comparação com outubro de 2019, as vendas no varejo registraram o quinto resultado positivo consecutivo, crescendo +8,3%, ficando acima da previsão de +6,3%. Até outubro, as vendas do varejo restrito acumulam altas de 0,9% no ano e de 1,3% nos últimos 12 meses.
Em relação ao comércio varejista ampliado, que incluem veículos e material de construção, as vendas também subiram pelo sexto mês seguido, crescendo 2,1% em outubro em relação a setembro, ainda segundo o IBGE. Já na comparação com outubro de 2019, as vendas do varejo ampliado registraram o quarto resultado positivo consecutivo, de +6,0%. Com isso, o comércio varejista ampliado acumula quedas de 2,6% no ano e de -1,4% nos últimos 12 meses, até outubro.
Em base mensal, sete das oito atividades pesquisadas do comércio restrito registraram alta da atividade, com destaque para tecidos, vestuário e calçados (+6,6%). A exceção ficou com móveis e eletrodomésticos (-1,1%) na comparação com setembro. Considerando o varejo ampliado, as vendas no segmento de material de construção oscilaram em alta de 0,2%, enquanto o segmento de veículos, motos, partes e peças avançaram 4,8%.
Já na comparação com um ano antes, houve um equilíbrio entre taxas positivas e negativas no varejo restrito, enquanto no varejo ampliado a atividade ligada aos automóveis recuou 5,9%, enquanto o segmento ligado à reformas e construção saltaram 20,9%.
Segundo o gerente da pesquisa do IBGE, Cristiano Santos, com o resultado de outubro, o varejo brasileiro está 8,0% acima do observado no período anterior à pandemia, em fevereiro. “Depois de quedas muito expressivas em março e abril, o varejo vinha em trajetória de crescimento, porém em ritmo de desaceleração, e esse resultado de outubro mostra um repique, um fôlego da economia em um patamar que já estava alto”, afirma, acrescentando, contudo, que é preciso ter cautela para avaliar os números como uma retomada da aceleração.