AstraZeneca vai testar combinação de vacina contra a covid-19 com Rússia

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São Paulo — A farmacêutica AstraZeneca anunciou que deve começar, em breve, a trabalhar com o Instituto Gamaleya da Rússia para investigar se as vacinas contra o novo coronavírus criadas pelas duas entidades poderiam ser combinadas com eficácia.

“Ser capaz de combinar diferentes vacinas contra covid-19 pode ser útil para melhorar a proteção e melhorar o acesso à vacina. É por isso que é importante explorar diferentes combinações de vacinas para ajudar a tornar os programas de imunização mais flexíveis, permitindo aos médicos uma maior escolha na hora de administrar as vacinas”, disse a AstraZeneca em um comunicado.

“Também é provável que a combinação de vacinas possa levar a uma melhoria da imunidade por um longo período de tempo”, acrescentou.

Isso aconteceu depois que os desenvolvedores da vacina Sputnik V abordaram a AstraZeneca via Twitter no final do mês passado para perguntar se eles deveriam tentar combinar os dois para aumentar a eficácia da vacina.

“Avaliar diferentes tipos de vacinas e suas combinações pode ajudar a desbloquear sinergias na proteção, melhorar a acessibilidade da vacina e pode fornecer uma abordagem adicional para ajudar a superar esse vírus mortal”, disse AstraZeneca.

O Russian Direct Investment Fund, o fundo soberano da Rússia – que financiou o desenvolvimento do Sputnik V – disse que os testes clínicos da vacina da AstraZeneca em combinação com a sua própria começariam no final do mês.

“A decisão da AstraZeneca de realizar testes clínicos usando um dos dois vetores do Sputnik V para aumentar a eficácia de sua própria vacina é um passo importante para unir esforços na luta contra a pandemia”, disse o presidente da entidade, Kirill Dmitriev, em comunicado.

“Saudamos o início dessa nova etapa de cooperação entre os produtores de vacinas. Estamos determinados a desenvolver essa parceria no futuro e a iniciar a produção conjunta depois que a nova vacina demonstrar sua eficácia no decorrer dos testes clínicos”, disse Dmitriev.

Até o momento, mais de 69 milhões de pessoas contraíram o novo coronavírus em todo o mundo, com 1,58 milhão de mortes relacionadas, de acordo com dados compilados pela Universidade Johns Hopkins.