AIE rebaixa previsão de demanda por petróleo com novos bloqueios contra a covid-19

643

São Paulo – A Agência Internacional de Energia (AIE) revisou para baixo sua previsão de demanda global de petróleo para este ano e o próximo, citando a reimposição de bloqueios para conter a propagação do novo coronavírus, em especial na Europa, e a menor demanda por combustíveis de aviação.

A agência prevê queda de 8,8 milhões de barris por dia (bpd) este ano em relação a 2019, para 91,2 milhões de bpd, uma revisão para baixo em 100 mil bpd ante o relatório anterior, de novembro. Para 2021, a projeção é de alta de 5,7 milhões de bpd na demanda, para 97,0 milhões de bpd, ante previsão anterior de 5,8 milhões de bpd.

Segundo a AIE, a demanda permanece fraca no curto prazo e as projeções foram reduzidas para o quarto trimestre deste ano em vários países. No segundo semestre, a procura deve recuperar-se da queda vista na primeira metade do ano, “devido quase inteiramente à rápida recuperação da China do bloqueio”.Por outro lado, a demanda seguirá fraca nos países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

“De fato, a Europa parece estar retrocedendo com a demanda no quarto trimestre de 2020 menor do que no terceiro trimestre, já que os bloqueios reimpostos cobram seu preço”, diz a AIE.

“Globalmente, a fraqueza no setor de aviação explica em grande parte um rebaixamento da demanda de 300 mil bpd para o primeiro semestre de 2021. Isso contribui para uma recuperação menor na demanda em 2021”.

A AIE afirmou que houve outro rebaixamento da demanda de combustível de aviação e querosene, que será responsável por cerca de 80% do déficit geral de 3,1 milhões de bpd no consumo em 2021 em comparação com 2019. Em 2021, a demanda por gasolina e diesel deverá retornar para entre 97 e99% de seus níveis de 2019.

PRODUÇÃO

Já a produção global de petróleo este ano, excluindo os países da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), deve cair 1,3 milhão de bpd. Para 2021, a oferta deve subir em 400 mil bpd.

Em novembro, o fornecimento global da commodity aumentou em 1,5 milhão de bpd, para 92,7 milhões de bpd, uma vez que os Estados Unidos se recuperaram de fechamentos por furacão e a Líbia aumentou a produção.

Em dezembro, a produção pode subir novamente antes da Opep e aliados aumentarem sua cota de oferta em 500 mil bpd em janeiro. A AIE destacou que o acordo “baseia-se no reconhecimento de que o mercado continua frágil e necessita de ajustes cuidadosos”.