São Paulo – Diante do impasse sobre um acordo comercial pós-Brexit, autoridades britânicas reforçaram pedidos ao primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, para ampliar o prazo para as negociações com a União Europeia (UE), caso da primeira-ministra da Escócia, Nicola Sturgeon, e do prefeito de Londres, Sadiq Khan.
“Agora é imperativo que o primeiro-ministro busque um acordo para estender o período de transição do Brexit. A nova cepa de covid – e suas várias implicações – significa que enfrentamos uma situação profundamente séria e exige nossa atenção 100%. Seria injusto combiná-lo com Brexit”, disse Sturgeon, no Twitter.
O prefeito de Londres também defendeu a extensão do período de transição. “Estou apelando ao governo a buscar oficialmente uma extensão do período de transição do Brexit. Proteger nossas principais cadeias de suprimentos e combater a pandemia do novo coronavírus requer esforços completos e indivisíveis dos ministros, mais do que nunca”, disse Khan.
Em comunicado, o prefeito disse que o atual fechamento da fronteira com a França no Porto de Dover vai causar “grande disrupção”, e assim os ministros precisam garantir o fluxo do frete na reunião de emergência de hoje do gabinete, convocada por Johnson.
No final de semana, o premiê britânico anunciou medidas mais duras para conter a propagação da covid-19, com a cidade de Londres e algumas parte do sul da Inglaterra passando para o nível 4 de restrição, incluindo o fechamento do comércio não essencial. O premiê alertou sobre uma nova variante do vírus que se espalha mais rapidamente.
Após o anúncio, países da Europa e de outros lugares proibiram viajantes do Reino Unido. Alemanha, França, Itália, Canadá, Israel, Holanda e Bélgica anunciaram proibições de viagens aéreas de passageiros britânicos. A França impôs uma proibição de viagem interna, que forçou Dover a fechar todos os veículos de carga que deixam o Reino Unido por 48 horas.
O período de transição do Brexit termina em 31 de dezembro, e a UE e o Reino Unido continuam a negociar os termos da nova relação. Se não chegarem a um entendimento, as relações serão regidas pelas regras da Organização Mundial do Comércio (OMC), o que implica tarifas, cotas e impostos na troca de mercadorias que agora cruzam livremente as fronteiras do mercado interno da UE.