Ibovespa sobe com petróleo e fica perto de recorde

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O Ibovespa aproveitou a forte alta do petróleo nos mercados internacionais para reverter perdas que se aproximaram dos 2% nos piores momentos da volátil sessão de hoje e fechar em alta de 0,43%, aos 119.376,21 pontos. Entretanto, temores de origem local e estrangeira impediram os investidores de conduzirem o principal índice do mercado brasileiro de ações a um novo recorde de fechamento.

A bolsa brasileira abriu em queda acompanhando a aversão ao risco generalizada devido à imposição de novas medidas restritivas com o objetivo de conter a crescente disseminação do coronavírus na Europa. No meio da tarde, porém, o petróleo começou a subir, fechando em alta de mais de 4% e ajudando o Ibovespa a reverter as perdas registradas nas horas anteriores. A alta do petróleo teve impacto principalmente sobre as ações da Petrobras, que passaram a registrar a acompanhar a apreciação da commodity depois de a Opep+ ter confirmado a manutenção dos cortes de produção em fevereiro e março.

O dólar comercial fechou em queda de 0,11% no mercado à vista, cotado a R$ 5,2640 para venda, em sessão de forte volatilidade e amplitude da moeda, acompanhando o exterior e um movimento local. Na primeira parte dos negócios, prevaleceu a aversão ao risco em meio ao receio de novos lockdowns e desmonte de posições no mercado doméstico. À tarde, a alta do petróleo e a melhora do humor lá fora levaram o dólar a inverter sinal.

O gerente de mesa de câmbio da Correparti, Guilherme Esquelbek, destaca que a moeda teve dois momentos ao longo da sessão. “Nas primeiras horas, investidores fugiram do risco e procuraram segurança na moeda estrangeiro, temerosos com a possibilidade de novos lockdowns ao redor do planeta”, comenta.

As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) encerraram a sessão em alta firme, mantendo a trajetória vista desde a abertura, apesar da mudança de sinal do dólar, para o negativo. A curva a termo foi pressionada pelo primeiro leilão de títulos públicos deste ano. Os investidores também monitoraram os riscos da pandemia, em meio a novas restrições na Europa, o que pode elevar a pressão pela extensão do auxílio emergencial no Brasil, em meio à indefinição no cenário político local por causa da eleição no Congresso.