São Paulo – O movimento de aversão ao risco que tomou conta do mercado mundial e também da bolsa brasileira, empurrando o Ibovespa para baixo e o dólar e as taxas de juros para cima. Investidores estão preocupados com tensões políticas nos Estados Unidos e com a covid-19 – no Brasil, houve recorde de novos casos na última semana, enquanto na China foram registrados mais de 100 casos num único dia pela primeira vez desde julho.
Por volta das 13h30, o Ibovespa caía 0,90%, a 123.942, enquanto o dólar comercial subia 1,68%, a R$ 5,5070. Entre os juros, as taxas dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 subiam a 3,240%, de 3,125%, e as taxas para janeiro de 2023 aumentavam para 4,910%, de 4,680%
“A semana está começando com leve viés negativo, com bolsas e commodities em queda, dólar mais forte e fechamento de taxa de juros no mundo desenvolvido. O movimento de realização de lucros é plenamente normal em tendências de alta. Resta o desafio de entender se é apenas uma acomodação ou uma mudança de tendência”, disse Dan Kawa, sócio-diretor da TAG Investimentos.
Nos mercados internacionais, a incerteza política nos Estados Unidos empurra os investidores na busca por portos seguros. Enquanto parte do Congresso tenta emplacar um processo de impeachment a toque de caixa e membros do partido de Donald Trump defendem sua renúncia, apoiadores do presidente em fim de mandato prometem novos atos contra a posse de Joe Biden, marcada para 20 de janeiro.
Na semana passada, Trump inflamou seus apoiadores no dia em que a vitória de Biden seria certificada pelo Congresso, desencadeando uma tarde de caos e violência no Capitólio.
No Brasil, a pandemia segue fora de controle em meio à disputa política em torno da crise sanitária e da preocupação dos investidores de que novas medidas emergenciais para mitigar os efeitos econômicos da pandemia comprometam ainda mais o cenário fiscal.
O trader da mesa de câmbio da Travelex Bank, Thiago Penteado, disse que os investidores esperam uma data oficial para o início da vacinação. “Até mesmo porque o crescimento no número de casos e mortes pela covid tem aumentado muito após as festas de fim de ano”.
Edição: Gustavo Nicoletta (g.nicoletta@cma.com.br)