São Paulo – A eficácia da vacina contra a covid-19 desenvolvida pela Sinovac em parceria com o Instituto Butantan é de 50,38% quando incluídos os casos de pessoas com sintomas muito leves – que não requerem assistência médica. A taxa ficou acima do limite mínimo de 50% exigido para a aprovação de vacinas no Brasil.
O índice reflete essencialmente quantas pessoas foram protegidas pela vacina numa comparação entre dois grupos – um que recebeu o imunizante e outro que recebeu um placebo.
Segundo os dados, dentre os voluntários do teste que receberam o placebo (4.599), 167 pessoas tiveram no mínimo sintomas muito leves de covid-19 – como tosse ou dor de garganta – e no máximo precisaram de hospitalização em UTI. Entre os que tomaram a vacina (4.653), este número foi de 85. A partir destas comparações e levando em conta fatores estatísticos, chega-se à taxad de eficiência.
Em casos mais graves, em que o doente precisa de assistência médica, o índice de eficiência é de 77,96%, enquanto nos casos mais graves, que requerem internação, o índice é de 100%.
Segundo Ricardo Palácios, diretor médico de pesquisa clínica do Instituto Butantan, a eficácia da vacina é menor quando comparada a outros imunizantes porque houve uma opção de se considerar inclusive pessoas com sintomas muito leves, algo que não aconteceu em outros testes.
“A gente baixou bastante a barra para capturar até o caso mais leve possível. Faz diferença que prejudica a comparabilidade deste estudo com outros estudos”, afirmou, mas ao mesmo tempo permitiu a execução do ensaio com menos participantes – foram 12.508 voluntários nos testes até agora.
“Com estudo relativamente pequeno, íamos obter resposta mais rápida. Então dessa forma conseguiríamos fazer estudo muito mais eficiente”, disse ele ao explicar a opção do Butantan pela inclusão dos casos mais leves no cálculo da eficácia.