São Paulo – O Banco do Japão (BoJ) manteve sua política monetária inalterada, com a taxa de depósitos em -0,1% e a meta para juros de 10 anos em zero, ao mesmo tempo em que revisou para baixo suas projeções para a economia japonesa este ano, refletindo o avanço dos casos de covid-19 no país.
Segundo o banco, “pressões do impacto de um ressurgimento de covid-19 provavelmente permanecerão fortes por enquanto, particularmente no consumo de serviços face a face”. O governo do Japão anunciou um segundo estado de emergência no início do mês.
Conforme o impacto diminui, diz o BoJ, a expectativa é de que a economia continue melhorando com as economias estrangeiras retornando a um caminho de crescimento constante. As vacinas podem diminuir o impacto amis cedo que o previsto, mas o “ritmo de distribuição e os efeitos das vacinas trazem incertezas”.
O banco prevê que a economia japonesa contraia 5,6% no ano fiscal de 2020, que termina em março de 2021, ante projeção de contração de 5,5% divulgada em outubro. No ano fiscal seguinte, o Produto Interno Bruto (PIB) deve crescer 3,9%, ante previsão anterior de 3,6%.
Com relação aos preços, as expectativas são de enfraquecimento no médio prazo. O BoJ prevê o índice de preços ao consumidor de referência, excluindo os efeitos do aumento de imposto sobre consumo e de políticas sobre provisão de educação grátis, em -0,6% neste ano fiscal, ante previsão anterior de -0,7%.
A decisão de política monetária foi aprovada por sete votos a favor e um contrário. O banco vai manter seu afrouxamento monetário até alcançar a meta de inflação de 2% “pelo tempo que for necessário para manter esta meta de maneira estável”, e até então continuará expandindo a base monetária.
O BoJ vai continuar monitorando os impactos da pandemia de covid-19, e “não hesitará em tomar medidas adicionais de afrouxamento se necessário, e também espera que as taxas de juros de curto e longo prazo devem permanecer nos níveis atuais ou mais baixos.”
O BC japonês também reiterou que continuará comprando sem limites os títulos do governo japonês, e não anunciou alterações no seu programa de compra de ativos e em sem programa de empréstimos para apoiar o financiamento corporativo durante a pandemia.
Assim, o limite de compras anuais de ETFs (fundo de índice, ou exchange-traded fund, em inglês) foi mantido em 12,0 trilhões de ienes, e o de compras anuais de fundos imobiliários com cotas negociáveis em bolsa foi mantido em 180 bilhões de ienes.
Por fim, quanto a commercial papers e títulos de empresas, o banco manterá compras em cerca de 2 trilhões de ienes e cerca de 3 trilhões de ienes, respectivamente. Até o final de setembro de 2021, realizará compras adicionais com o limite de 15 trilhões de ienes no total.