São Paulo — A farmacêutica norte-americana Moderna disse que sua vacina contra covid-19 aparenta proteger contra variantes emergentes do coronavírus em testes de laboratório, mas como precaução testaria se uma dose de reforço melhoraria as respostas imunológicas e desenvolveria uma nova vacina visando a cepa identificada inicialmente na África do Sul.
“A Moderna anuncia hoje os resultados de estudos de neutralização in vitro de soros de indivíduos vacinados com a vacina contra covid-19 mostrando atividade contra cepas emergentes de SARS-CoV-2. A vacinação com a vacina da Moderna produziu títulos neutralizantes contra todas as variantes emergentes testadas, identificadas pela primeira vez no Reino Unido e na República da África do Sul”, afirmou a empresa em comunicado à imprensa.
No entanto, a empresa destacou que, embora a vacina ainda proteja contra as cepas emergentes, uma resposta mais fraca à variante da África do Sul sugere os riscos de um vírus que pode sofrer mutações significativas enquanto os países correm para se vacinar contra ele.
“No entanto, a Moderna anunciou hoje sua estratégia clínica para abordar de forma proativa a pandemia enquanto o vírus continua a evoluir. Primeiro, a empresa testará uma dose de reforço adicional de sua vacina para estudar a capacidade de aumentar ainda mais os títulos de neutralização contra cepas emergentes além da série de vacinação primária existente”, afirmou a companhia.
A empresa também disse estar restando uma nova dose de reforço especificamente para a variante emergente identificada pela primeira vez na República da África do Sul.
“A empresa está avançando em estudos pré-clínicos e um estudo de Fase 1 nos Estados Unidos para avaliar o benefício imunológico do reforço com proteínas de pico específicas da cepa. A Moderna espera que sua vacina de reforço baseada em mRNA será capaz de aumentar ainda mais os títulos neutralizantes em combinação com todas as vacinas candidatas líderes”, afirma a farmacêutica.
Desde que as novas cepas surgiram, os fabricantes de vacinas têm dito que pensam que suas vacinas ainda fornecerão proteção. O anúncio da Moderna apóia pesquisas de cientistas externos indicando que a proteção contra a cepa identificada na África do Sul, em particular, pode não ser tão forte, embora ainda seja eficaz.
A Pfizer Inc. e a BioNTech, que fabricam a única outra vacina Covid-19 autorizada para uso nos Estados Unidos, continuam realizando estudos de laboratório de sua vacina contra novas variantes, disse um porta-voz da Pfizer.