Alta de preços tem levado à redução do consumo de carne, diz presidente da JBS

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São Paulo – O aumento de custos de produção e dos preços de commodities, em meio a mudanças estruturais para o setor, tem levado a uma redução do consumo per capita de carne no Brasil, afirmou o presidente da JBS, Gilberto Tomazoni, em evento online organizado pelo banco Credit Suisse. No entanto, o executivo disse que a empresa está se adaptando e buscando aumento de produtividade para enfrentar as mudanças.

“A gente vê uma situação clara de aumento de custo bovino e isso tem levado a uma redução de consumo per capita nos últimos tempos. Algumas questões não são pontuais, o mundo caminha para o uso de energia mais sustentável, uso de biodiesel e etanol, por exemplo. São mudanças estruturais”, disse.

Embora não tenha deixado claro se haverá repasses de preços para consumidores e em quanto o consumo caiu, Tomazoni disse que a solução para enfrentar esses aumento é “criatividade, inovação e aumento de produtividade”, buscando ainda produtos que passem a atender os novos desejos dos consumidores.

O presidente da BRF, Lorival Luz Júnior, que esteve no mesmo painel do evento, também reconheceu a pressão de custos, mas reiterou que as empresas se adaptam a esse tipo de pressão. “A volatilidade de preços de commodities acontece e vamos nos adaptar, a busca por aumento de produtividade é contínua”, afirmou.

Já o presidente do Burguer King, Iuri Miranda, disse que há pressões de custos que inevitavelmente estão senda repassadas para o consumidor, mas também afirma que há alternativas para enfrentar o problema e conta com a escala da rede e dos fornecedores, além da experiência que a empresa já tem.

“O negócio de fast food é um negócio resiliente, além de ter ticket médio competitivo, pode ter uma estrutura de menu adequada e entende o bolso do consumidor, que pode variar até durante o mês. No final do mês, ele quer uma promoção, por exemplo”, disse.

Os executivos também afirmaram que a pandemia de coronavírus trouxe mudanças nas empresas que devem continuar a serem aplicadas, além de não atrapalhar os planos de médio e longo prazo das companhias no Brasil, apesar de existirem adaptações.

“Até aceleramos investimentos previstos e aproveitamos a oportunidade para aumentar a penetração das nossas marcas. O nosso DNA é de crescimento e ter uma plataforma global ajuda”, disse Tomazoni.