Taxa de desemprego cai a 14,1% até novembro, mas é a maior para o período

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São Paulo – A taxa de desocupação da população brasileira foi estimada em 14,1% no trimestre móvel até novembro, ficando estável em relação ao período anterior (14,4%), referente aos meses de junho a agosto, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado ficou ligeiramente abaixo da mediana das estimativas coletadas pelo Termômetro CMA, de 14,2%.

O resultado é o maior para o trimestre móvel da série histórica, iniciada em 2012. Já na comparação com o mesmo período anterior, referente ao trimestre móvel de setembro a novembro de 2019, quando estava em 11,2%, houve um aumento de 2,9 ponto percentual (pp), segundo o IBGE.

Ao fim de novembro de 2020, a população desocupada somava 14,0 milhões de pessoas, estável em relação ao trimestre móvel anterior (quando somou 13,8 milhões de pessoas), mas avançou 18,2% (2,2 milhões de pessoas a mais) no confronto com igual trimestre de 2019. Já a população ocupada totalizou 85,6 milhões, com alta de 4,8% (3,9 milhões de pessoas a mais) em relação aos meses de junho a agosto, porém, caiu 9,4% na comparação com o mesmo período do ano anterior (8,8 milhões de pessoas a menos). Com isso, o nível da ocupação chegou a 48,6% (+1,8 pp ante junho a agosto e -6,5 pp na comparação com setembro a novembro de 2019).

A analista da pesquisa, Adriana Beringuy, explica que o crescimento da população ocupada é o maior da série histórica. “Isso mostra um avanço da ocupação após vários meses em que essa população esteve em queda. Essa expansão está ligada à volta das pessoas ao mercado [de trabalho], que estavam fora por causa do isolamento social, e ao aumento do processo de contratação do próprio período do ano, quando há uma tendência natural de crescimento da ocupação”, diz.

Com isso, a taxa de subutilização da força de trabalho atingiu 29,0%, com queda de 1,6 pp em relação ao trimestre encerrado em agosto do ano passado, mas alta de 5,7 pp na comparação com igual período de 2019. Segundo o IBGE, a população subutilizada somou 32,2 milhões, recuo de 3,5% (1,2 milhão de pessoas a menos) em relação ao trimestre móvel anterior, mas avanço de 21,0 (mais 5,6 milhões de pessoas) ante os meses de setembro a novembro de 2019.

Assim, a população fora da força de trabalho alcançou 76,4 milhões de pessoas, com recuo de 3,4% (menos 2,7 milhões de pessoas) no confronto trimestral, mas cresceu 17,3% (mais 11,3 milhões de pessoas) no confronto anual. A população na força de trabalho voltou a subir em relação aos meses de junho a agosto (99,6 milhões de pessoas). Já a população desalentada chegou a 5,7 milhões de pessoas, estável no confronto trimestral, mas subiu 22,9% na comparação anual.

Em relação à renda, o rendimento médio real habitual dos trabalhadores foi estimado em R$ 2.517 entre setembro e novembro do ano passado, queda de 2,7% frente ao trimestre móvel anterior e alta de 4,0% na comparação com o mesmo trimestre de 2019. Por sua vez, a massa de rendimento médio real habitual dos ocupados nos últimos três meses até novembro foi estimada em R$ 210,0 bilhões, estável em relação ao trimestre encerrado em agosto, e recuo de 5,9% frente ao mesmo período do ano anterior.

O IBGE reforça que houve crescimento na população ocupada em nove dos dez grupamentos de atividade no trimestre encerrado em novembro. O número de pessoas ocupadas em Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura aumentou 3,1% no trimestre; na Indústria subiu 4,4%; no Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas, a alta foi de 5,9% e na Construção, o avanço foi de 8,4%.