Petroleiros planejam greve após venda de refinaria, diz sindicato

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São Paulo – Os petroleiros baianos podem entrar em greve depois que a Petrobras anunciou que venderá a Refinaria Landulpho Alves (Rlam) e seus ativos logísticos associados, na Bahia, para o Mubadala Capital pelo valor de US$ 1,65 bilhão. A assinatura do contrato de compra e venda ainda está sujeita à aprovação dos órgãos competentes.

Segundo o Sindicato dos Petroleiros da Bahia (Sindipetro Bahia), a categoria recebeu o anúncio da conclusão da venda da Rlam “com um misto de revolta e tristeza” e uma paralisação está sendo organizada. Ainda não há uma data prevista, mas afirmam que ela pode acontecer “a qualquer momento”.

“As consequências da venda da Rlam já podem ser antecipadas e não serão boas para os consumidores e para o País”, afirma o coordenador do Sindipetro Bahia, Jairo Batista. “A venda vai impactar a economia baiana e dos municípios localizados no entorno da Rlam, além de diminuir os níveis de investimento, emprego e direitos dos trabalhadores”, acredita.

PREÇOS DE COMBUSTIVEIS

Os sindicatos que representam os petroleiros têm feito protestos contra a venda das refinarias da Petrobras e também contra a política de preços de combustíveis da estatal. Para o coordenador da Federação Única dos Petroleiros (FUP) e funcionário da Rlam, Deyvid Bacelar, a venda da Rlam e demais refinarias pode aumentar ainda mais os preços da gasolina, diesel e gás de cozinha, ao transferir a decisão ao que chamou de “monopólio privado”.

“A estatal quis deixar claro que está saindo desse negócio de política de preços de derivados, que não vai ter mais nada a ver com o preço da gasolina, diesel e gás de cozinha e que o problema passa a ser das empresas privadas, que vão comprar essas refinarias, mas em momento algum o governo Bolsonaro pensou no que seria melhor para o povo brasileiro”, disse em nota.

Para o petroleiro, a mudança no prazo de análise para aferir os preços internacionais do petróleo para reajustar os preços de combustíveis locais, que passou de trimestral para anual, conforme confirmado pela Petrobras na última sexta-feira, já foi o resultado de uma pressão da categoria e de caminhoneiros, que organizaram uma greve no último dia 1 de fevereiro.

A alteração do prazo dentro da metodologia da política de preços causou ruídos no mercado, já que a empresa só comunicou a mudança após notícia da “Reuters”, o que levantou dúvidas sobre a transparência e interferências do governo.