São Paulo – A União Europeia (UE) está trabalhando para acelerar o processo de ratificação do acordo de livre-comércio com o Mercosul, em meio a entraves devido a preocupações com as políticas ambientais do presidente do Brasil, Jair Bolsonaro.
“Nossa intenção é continuar a trabalhar pela ratificação do nosso acordo com o Mercosul. Estamos bem cientes sobre preocupações e críticas a este acordo com relação a questões ligadas ao desmatamento da Amazônia”, disse o vice-presidente executivo da UE de Economia que trabalha para pessoas, Valdis Dombrovskis.
“Já estamos engajados com autoridades dos países do Mercosul, notavelmente com o Brasil, para discutir sobre quais compromissos adicionais os países do Mercosul podem assumir na área de combater as mudanças climáticas e na área de parar o desmatamento da Amazônia, para que possamos trabalhar para a implementação com sucesso do acordo”, disse ele.
“As reações dos países do Mercosul são positivas, eles estão prontos para engajar neste trabalho”, acrescentou Dombrovskis.
O acordo de livre-comércio entre a UE e o Mercosul – formado por Uruguai, Argentina, Brasil, Paraguai e Venezuela (atualmente suspensa) – foi assinado em 28 de junho de 2019, após aproximadamente duas décadas de negociações, e precisa ser ratificado pelos Parlamentos dos países do bloco sul-americano, do Parlamento Europeu e dos países membros da UE para entrar em vigor.
No entanto, em outubro do ano passado o Parlamento Europeu rejeitou o acordo como está, ao aprovar um texto afirmando que “está extremamente preocupado com a política ambiental de Jair Bolsonaro, que vai contra os compromissos assumidos no Acordo de Paris, em particular no que diz respeito ao combate ao aquecimento global e à proteção da biodiversidade”.