UE busca esclarecimentos de Mercosul sobre questões ambientais

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São Paulo – A União Europeia (UE) trabalha com o Mercosul para que as autoridades sul-americanas esclareçam seus compromissos relacionados ao desenvolvimento sustentável, ao acordo de Paris e ao combate ao desmatamento da Amazônia, para avançar com a ratificação do acordo de livre-comércio entre os dois blocos.

“Claro que na presidência estamos engajados no avanço e finalização dos processos relativos ao Mercosul”, disse Augusto Santos Silva, ministro de Relações Externas e de Portugal, que detém a presidência do Conselho da UE, em coletiva de imprensa.

“Precisamos de alguns esclarecimentos, esses esclarecimentos são possíveis e visíveis”, disse ele, acrescentando que “o contexto que já fiz com meus colegas contrapartes no Mercosul e Estados membros da UE me levam a pensar que estes esclarecimentos podem ser feitos”.

O ministro citou o documento da UE com sua revisão de políticas comercias, onde consta que “no caso no Mercosul, um diálogo está em andamento sobre aumentar o comprometimento com a dimensão de desenvolvimento sustentável do acordo, lidado com a implementação do acordo de Paris e o desmatamento em particular”.

Na mesma coletiva, o vice-presidente da Comissão Europeia sobre Comércio, Valdis Dombrovskis, reiterou que a UE está agora em contato com autoridades do Mercosul, e que o bloco vai “buscar compromissos para garantir que possamos mover para uma ratificação com sucesso do acordo”.

O acordo de livre-comércio entre a UE e o Mercosul – formado por Uruguai, Argentina, Brasil, Paraguai e Venezuela (atualmente suspensa) – foi assinado em 28 de junho de 2019, após aproximadamente duas décadas de negociações, mas preocupações com as políticas ambientais do presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, têm atrasado a ratificação.

O pacto precisa ser ratificado pelos Parlamentos dos países do bloco sul-americano, do Parlamento Europeu e dos países membros da UE para entrar em vigor. O Parlamento Europeu aprovou um texto em outubro do ano passado afirmando que o acordo não pode ser ratificado como está.

Segundo o texto, o Parlamento Europeu “está extremamente preocupado com a política ambiental de Jair Bolsonaro, que vai contra os compromissos assumidos no Acordo de Paris, em particular no que diz respeito ao combate ao aquecimento global e à proteção da biodiversidade”.