São Paulo – O Brasil se encontra em uma situação difícil na pandemia do novo coronavírus, em especial devido à propagação da variante originada no país, e o melhor caminho é vacinar o maior número de pessoas o mais rapidamente possível, disse o diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas, Anthony Fauci.
“É uma situação realmente difícil em que o Brasil se encontra, pois é difícil no sentido em que mesmo com infecção pelo vírus original já circulando e recuperação deste vírus não de fato protege de uma reinfecção da variante circulante no Brasil”, disse ele, em coletiva de imprensa da força-tarefa contra covid-19 da Casa Branca.
“O melhor a fazer é vacinar o maior número de pessoas o mais rapidamente possível”, disse ele. “Cientistas e autoridades de saúde pública devem observar de perto a compatibilidade entre os anticorpos induzidos pela vacina que está usando e sua eficácia contra a variante P1P2 dominante no Brasil”, afirmou.
“Isso é o que eu imaginaria e ficaria feliz em discutir isso com as autoridades, se quiserem falar sobre as opções que podem ter”, acrescentou o especialista.
Ao ser questionado sobre a variante brasileira ser uma ameaça global, Fauci disse que, quando há uma variante como a do Brasil, esta é razão pela qual o programa de vacinação dos Estados Unidos inclui vacinas que produzem níveis altíssimos de anticorpos e assim há mais proteção contra mudanças no vírus. “É provável que duas doses de vacinas baseadas em RNA mensageiro sejam capazes de proteger razoavelmente bem contra isso”.
Na coletiva, Fauci disse ainda que, além da variante brasileira, outras cepas circulam nos Estados Unidos, incluindo a britânica, a sul-africana e as originadas na Califórnia e Nova York.
“A abordagem que temos é aumentar a vacinação de primeira e segunda doses de atuais vacinas aprovadas nos Estados Unidos”, além de impulsionar estudos e pesquisas sobre novas variantes, segundo Fauci.
Ele citou estudos sobre doses de reforço, como o desenvolvido pela Pfizer, e vacinas específica contra variantes, caso das pesquisas da Moderna com a cepa sul-africana. Por fim, a meta final é uma vacina universal contra coronavírus, que lide com as variantes de Sars-CoV-2 e outras pandemias de coronavírus no futuro, concluiu Fauci.