São Paulo – No dia internacional da mulher, a diretora gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, e a secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, discutiram o papel feminino na economia e as dificuldades enfrentadas no cenário global.
“Não temos muitas mulheres em economia e também muitas mulheres não veem oportunidades de trabalho e carreira nesse segmento”, disse Yellen. “As demandas das mulheres são completamente ignoradas. Essa é uma área que pode ser ainda mais agressiva para as mulheres”, acrescentou.
Segundo ela, mulheres trabalham mais em ambientes colaborativos do que agressivos. “Ter mulheres no ambiente de trabalho torna esse ambiente muito mais agregador”, afirmou. “Precisamos mudar a cultura e ter alternativas concretas sobre o que líderes femininas como eu possam criar esse ambiente para as mulheres”, acrescentou.
Yellen foi presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) e é a primeira mulher a comandar o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos. Ela foi confirmada para o cargo no final de janeiro deste ano, após a indicação do presidente norte-americano, Joe Biden.
Georgieva, por sua vez, destacou as dificuldades de uma mulher se inserir em um ambiente de trabalho dominado por homens. “Queremos diversidade. As mulheres podem trazer debates que na ausência delas jamais seriam discutidos”, disse ela. “Precisamos de um ambiente no qual homens e mulheres se sintam confortáveis”, acrescentou.
A fórmula para que isso aconteça, segundo a chefe do FMI, é que mulheres ocupem cada vez mais cargos sêniores em empresas e entidades internacionais. “Mulheres devem ser tutoras de mulheres no ambiente de trabalho”, afirmou Georgieva.
Georgieva e Yellen não fizeram comentários sobre perspectivas econômicas durante a conversa virtual no evento do FMI.