MERCADO AGORA: Veja um sumário dos negócios até o momento

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São Paulo – O Ibovespa opera com alta superior a 1%. O peso da política, o equilíbrio fiscal e a percepção das empresas vão ditar o movimento no dia de hoje. Discursos sobre a votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) animaram investidores no início da tarde.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa operava em alta de 1,06%, aos 111.791,93 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 19,8 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em abril de 2021 apresentava avanço de 2,67%, aos 111.915 pontos.

Segundo a economista-chefe da CM Capital, Carla Argenta, o mercado está tentando entender o que ocorreu ontem com a notícia da anulação das condenações impostas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF).

De acordo com a economista, existem duas alas que fazem uma leitura diferenciada do ocorrido ontem. Uma acredita que a resolução de Fachin seja cassada e outra aceita a possibilidade do ex-presidente participar das eleições de 2022. Segundo ela, “existe um temor no mercado do presidente Jair Bolsonaro eleger medidas populistas e como isso impactaria o equilíbrio fiscal no País”, afirma

O dólar comercial segue sem direção única frente ao real, com o contrato à vista em alta firme de mais de 1%, chegando a renovar máximas a R$ 5,87, enquanto o contrato futuro oscila em queda, mas acima de R$ 5,85, em correção após disparar perto do nível de R$ 5,90 ao fechar com 3,2% de alta ontem. O mercado doméstico reage ao risco político com a possibilidade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ser candidato em 2022, além de receio com uma possível desidratação da PEC Emergencial.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava alta de 0,50%, cotado a R$ 5,8060 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em março de 2021 apresentava recuo de 1,19%, cotado a R$ 5,812.

O diretor de uma corretora nacional ressalta o ambiente de cautela com a possibilidade de que o ex-presidente Lula seja candidato em 2022 após a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, de anular as condenações envolvendo o petista na Operação Lava Jato. Além disso, há também um receio de que o presidente Jair Bolsonaro desidrate a PEC Emergencial.

“Como se já não bastasse uma série de trechos relacionados ao ajuste fiscal, como contrapartida à nova rodada do auxílio [emergencial], tendo sido retirados da proposta durante a tramitação no Senado, o presidente Bolsonaro veio a público anunciar que está negociando a retirada de mais alguns pontos do texto da PEC, tornando a medida um verdadeiro saara do ponto de vista das contas públicas”, avalia o analista político da Levante, Felipe Berenguer.

O analista acrescenta que é “quase certo” que a PEC Emergencial será mais uma vez desidratada. “O problema, como mostram outras ocasiões em que se privilegia alguns grupos organizados em detrimento do todo, é o efeito cascata que as exceções abertas no texto podem trazer”, pondera.

As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) passam por uma sessão extremamente volátil hoje. Depois de terem aberto em queda para depois ensaiar uma alta relativamente firme, as taxas perderam força e passaram a operar em queda no início da tarde em meio à retomada do apetite por algumas classes de ativo de risco e a um ajuste às expectativas relacionadas à próxima decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), marcada para 17 de março.

Por volta das 13h30, o DI para janeiro de 2022 tinha taxa de 3,98%, de 3,99% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 5,75%, de 5,775%; o DI para janeiro de 2025 ia a 7,36%, de 7,40% ontem; e o DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 7,99%, de 8,01%, na mesma comparação.