São Paulo – A ocupação de leitos hospitalares por causa da pandemia de covid-19 deve continuar aumentando até o início de abril, afirmou o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), citando estimativas da equipe técnica que apoia a administração do estado na tomada de decisões.
“Até o início do mês de abril vamos com crescimento da ocupação de leitos e depois redução lenta dos leitos de UTI. Se vamos ter forte ocupação dos leitos de uti, infelizmente, vamos ter aumento da mortalidade por um bom período, por algumas semanas”, disse ele durante uma audiência no Senado.
O Rio Grande do Sul é o estado com maior demanda por leitos de UTI para atendimento de pessoas infectadas por covid-19 e enfrenta escassez de espaço nos hospitais para o tratamento das pessoas mais doentes.
Leite ressaltou, porém, que outros estados caminham para a mesma situação – mais da metade das unidades da Federação está com taxas de ocupação de UTIs superior a 90%. “O que acontece no Rio Grande do Sul acontece em Santa Catarina, acontece no Paraná. A gente percebe que São Paulo tem sistema pressionado”, afirmou.
O governador gaúcho disse também que o nível de contestação às medidas de isolamento social adotadas pelos governos estaduais dificulta a contenção da pandemia, mas que no momento, com a dificuldade em vacinar a população em massa, esta é a única saída disponível no momento.
“O vírus só vai ser parado na medida em que tivermos vacina. A vacina que faz o vírus parar no organismo das pessoas. Enquanto isso não acontece, temos situação em que, sem conseguir parar o vírus, a gente precisa parar as pessoas que transportam o vírus, para que contatem menos pessoas, e a gente tenha redução nas taxas de contágio”, afirmou.
Leite culpou o governo federal pelos obstáculos à vacinação. “É culpa do nosso governo, que colocou o Brasil no final da fila, porque ficou negando durante muito tempo a importância da vacina, foi negacionista, criticou, atacou as vacinas”, afirmou.