AstraZeneca reduz eficácia da vacina de covid-19 de 79% para 76%

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São Paulo – A farmacêutica AstraZeneca relatou uma taxa de eficácia para sintomas de covid-19 ligeiramente mais baixa para sua vacina contra o coronavírus depois que os resultados de um ensaio clínico norte-americano foram questionados.

A empresa disse que a injeção possui 76% de eficácia contra o covid-19 sintomático após seus testes nos Estados Unidos, depois que um conselho de monitoramento independente expressou preocupação de que sua divulgação anterior de 79% de eficácia se baseava em informações desatualizadas. A leitura anterior foi baseada em dados coletados até 17 de fevereiro.

“A análise primária é consistente com nossa análise provisória lançada anteriormente e confirma que nossa vacina contra covid-19 é altamente eficaz em adultos, incluindo aqueles com 65 anos ou mais”, disse Mene Pangalos, vice-presidente executivo de pesquisa e desenvolvimento de produtos biológicos da empresa. “Estamos ansiosos para apresentar nosso pedido regulatório para Autorização de Uso de Emergência nos Estados Unidos e nos preparar para o lançamento de milhões de doses em todo o país.”

Os resultados foram baseados em 190 casos sintomáticos que se desenvolveram entre os 32.449 voluntários que participaram do ensaio, que inclui 49 casos que não foram contados como parte da análise inicial.

Em um movimento incomum no início desta semana, um grupo de especialistas contatou agências governamentais na noite de segunda-feira para expressar preocupação sobre os dados que a AstraZeneca tornou públicos no mesmo dia. A empresa respondeu dizendo que divulgaria novas estimativas em 48 horas.

A vacina desenvolvida com a Universidade de Oxford protegeu todos os voluntários contra o desenvolvimento de doenças graves ou necessidade de hospitalização, de acordo com a empresa sediada em Cambridge, na Inglaterra. Pessoas com 65 anos ou mais tinham 85% menos probabilidade de desenvolver doença sintomática se recebessem a vacina no estudo.

Os dados do ensaio nos Estados Unidos foram considerados importantes porque os números anteriores de pesquisas conduzidas no Reino Unido e no Brasil também semearam confusão ao produzir duas leituras de eficácia diferentes. Além disso, esses testes não incluíram pessoas idosas suficientes para estabelecer a eficácia para aquele grupo crucial de pacientes.