MERCADO AGORA: Veja um sumário dos negócios até o momento

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São Paulo – O Ibovespa engata alta nos primeiros negócios desta manhã e início de tarde. O principal indicador da B3 começou a subir logo após a abertura do pregão. Os papéis da Petrobras (PETR3 e PETR4), que têm 8% de participação do índice, eram os mais negociados e avançavam 1,91% e 1,81% respectivamente.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa operava em alta de 0,94%1, aos 114.821,80 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 12,5 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em abril de 2021 apresentava avanço de 1,19%, aos 114.865 pontos.

As bolsas norte-americanas também operavam em território positivo nesta manhã. Os índices Dow Jones e Nasdaq, apontavam ganho de 0,54% e 0,33%, respectivamente.

Para o economista Alexandre Espírito Santo, da Órama Investimentos, esse bom humor é atribuído a uma recomposição do mercado em relação ao noticiário nos últimos dias. “A gente está se recompondo o que sofremos e o mês de março está sendo muito complicado”. Ele acredita que 115 mil pontos é muito favorável para a Bolsa.

A questão da votação do orçamento e a vacinação continuam no radar. O economista está otimista com a imunização e comenta que o anúncio feito pelo Instituto Butantan de desenvolver a nova vacina (Butanvac) é uma notícia favorável, mas o foco é a vacinação. “acredito que é possível vacinar 500 mil pessoas por dia em cinco meses”, afirma.

Outro motivo favorável é o bom humor no exterior e isso impacta no mercado doméstico.

O dólar comercial segue em alta firme frente ao real, ao redor de R$ 5,70, refletindo o movimento de proteção que prevalece no mercado doméstico em meio ao temor com o risco fiscal, após a aprovação do Orçamento para 2021 no Congresso ontem, e com o avanço da covid-19 no país diante um quadro de imunização em massa lento. O exterior corrobora para a alta da moeda influenciado pela alta dos rendimentos das taxas de juros futuros dos títulos norte-americanos, as treasuries, que sobem na sessão.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava alta de 0,88%, cotado a R$ 5,7200 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em março de 2021 apresentava avanço de 1,31%, cotado a R$ 5,720.

A economista-chefe da Consulenza Investimentos, Helena Veronese, destaca que a aprovação do orçamento, com quase quatro meses de atraso, repercute com a “volta do uso da chamada ‘contabilidade criativa'” para abrir espaço para novas emendas parlamentares. “Desagrada, em especial, em um momento em que as preocupações fiscais já estão no radar dos investidores”, comenta.

O diretor de uma corretora nacional reforça que o dólar passou a subir após a abertura da sessão acompanhando o fortalecimento das treasuries de longo prazo e com o movimento de proteção local em função da aprovação do Orçamento de 2021, que “reacende o alerta com as contas públicas e o risco fiscal”, diz.

A Câmara dos Deputados e o Senado aprovaram ontem o Orçamento para este ano, mas com os gastos vinculados ao salário mínimo com valor inferior ao atual, o que significa que as despesas obrigatórias serão maiores do que as previstas e exigirão um corte de gastos discricionários a ser proposto pelo Executivo e que deve ficar em torno de R$ 18 bilhões. A proposta agora segue para sanção.

O relator-geral, senador Marcio Bittar, fez vários ajustes no projeto de lei enviado pelo Poder Executivo e definiu como meta fiscal um déficit de R$ 247,1 bilhões para o governo central (Tesouro, Banco Central e Previdência). Já as receitas foram estimadas em R$ 4,324 trilhões e o teto dos gastos ficou em R$ 1,486 trilhão.

Para a equipe econômica da Necton Corretora, o foco do Congresso em pautas direcionadas ao combate à pandemia de covid-19 e consequentemente, atraso na discussão da agenda de reformas é “mal vista” pelo mercado. “No entanto, os parlamentares terão mais tempo para discutir a pauta, o que pode criar uma reforma mais bem feita. Mas o mercado deve continuar apreensivo com a agenda de reformas”, acrescenta.

As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) operam sem uma direção clara neste início de tarde apesar da melhora do apetite por risco nos mercados financeiros internacionais. Depois de abrirem em alta acentuada, as taxas testaram uma leve queda antes de passarem a operar dentro de oscilações estreitas, perto da estabilidade.

Por volta das 13h30, o DI para janeiro de 2022 tinha taxa de 4,665%, de 4,62% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 6,47%, de 6,40%; o DI para janeiro de 2025 ia a 8,00%, de 7,97% antes; e o DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 8,56%, de 8,58%, na mesma comparação.