São Paulo – O Ibovespa operou todo o dia com volatilidade e em menos de 30 minutos de pregão passou a operar em alta, mas não conseguiu se manter no positivo e registrou queda até o fim dos negócios, oscilando entre 119 e 120 mil pontos. O principal índice da B3 encerrou em queda de 0,72%, aos 120.061,99 pontos. Em Nova York, Nasdaq caiu 0,92%, Dow Jones perdeu 0,75% e S&P 500 baixou 0,68%.
Às vésperas do feriado, o movimento foi marcado pela queda das bolsas de Nova York, retração nas ações da Petrobras e Vale, e cautela dos investidores em relação ao acordo para sancionar o orçamento.
O analista Lucas Carvalho, analista da Toro Investimentos, ressalta que “véspera de feriado se traduz em cautela, e quando se soma ao viés internacional, temos os investidores embolsando os lucros dos últimos pregões”.
Ele comenta que o Ibovespa “vem de um movimento muito comprador e hoje tem uma pausa nessa movimentação”.
Os analistas da Ativa Investimentos, afirmaram que “a virada do petróleo faz as ações da Petrobras acelerarem a queda, e, por consequência, pressionarem ainda mais o índice”, comentam. Os papéis da Petrobras (PETR3 e PETR 4) fecharam em baixa 2,48% e 1,89% e da Vale (VALE3) perderam 1,45%. O petróleo no exterior segue perdeu mais de 1%.
A Vale divulgou os números de produção de minério, que alcançaram 68 milhões de toneladas no primeiro trimestre e as vendas somaram 59, 2 milhões de toneladas, uma alta de quase 15% em comparação ao mesmo período do ano passado.
O Congresso aprovou, ontem, um projeto de lei que retira da meta primária as despesas em relação à pandemia, ao Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronambe) e ao Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda (Bem).
Esses gastos poderão ocorrer por meio de despesas extraordinárias, que não entram no teto de gastos. Para os analistas da XP Investimentos. “Com a alteração na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) é como se os congressistas tivessem decretado estado de calamidade, mas sem terem apertado o botão”, afirmam.
Para os analistas da CM Capital, a fala do ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmando que o Orçamento é “exequível e dentro das normas legais”, “tende a encerrar politicamente o capítulo Orçamento 2021 que gerou dezenas de situações tensas ao governo e ao Congresso”, comentam. Eles acrescentam que “após grande dificuldade com a Lei Orçamentária Anual (LOA), o governo conseguiu criar espaço fiscal por meio da Lei de Diretriz Orçamentária (LDO)”.
O dólar comercial fechou em queda de 0,10% no mercado à vista, cotado a R$ 5,5470 para venda, após oscilar forte na reta final da sessão e operar com sinal positivo, calibrando o bom humor local em boa parte do pregão em meio à leitura de alívio fiscal com as tratativas em torno do Orçamento de 2021 e uma piora externa, com as moedas de países emergentes ampliando as perdas ante o dólar. Com isso, a moeda norte-americana engatou o sexto pregão seguido de queda, mesma sequência registrada em maio do ano passado.
Além do otimismo com o Orçamento, que caminha para um desfecho não muito diferente do esperado, com possíveis vetos às emendas parlamentares, conforme acordo entre o Planalto e o Congresso, o gerente da mesa de câmbio da Correparti, Guilherme Esquelbek, ressalta que a moeda sustentou queda em boa parte do pregão em meio a um grande fluxo de uma possível captação externa de quase US$ 400,0 milhões feita pelo Itaú.
“À tarde, a moeda ficou descolada [do exterior] com o fluxo e com investidores na expectativa pelo Orçamento. Porém, perto do encerramento, o dólar oscilou em alta acompanhando o fortalecimento da moeda lá fora. Foi mais uma sessão de grande volatilidade e amplitude”, ressalta.
Na quinta-feira, além da volta do feriado doméstico, o que deverá resultar em ajustes, o mercado estará atento ao Orçamento, reforça o analista da Toro Investimentos, Lucas Carvalho. Já que será o último dia para o presidente Jair Bolsonaro sancionar a proposta orçamentária, aprovada no fim de março no Congresso. Na agenda de indicadores, o destaque fica para a decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE).
As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) fecharam em alta depois de subirem do início ao fim de uma sessão na qual os investidores reagiram ao acordo entre governo e Congresso em torno do Orçamento de 2021 em dia de cautela por causa do exterior negativo e da véspera de um feriado nacional que manterá fechado o mercado financeiro local bem no meio da semana.
Com isso, as taxas devolveram a maior parte da queda de ontem e os vencimentos mais curtos terminaram perto das máximas do pregão. O DI para janeiro de 2022 encerrou o dia com taxa de 4,69%, de 4,63% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 6,375%, de 6,255%; o DI para janeiro de 2025 ia a 7,98%, de 7,86% antes; e o DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 8,63%, de 8,47%, na mesma comparação.
Os principais índices do mercado de ações norte-americano fecharam mais uma sessão em queda em meio a um movimento de realização de lucros, enquanto os investidores avaliavam os resultados trimestrais das empresas.
Confira abaixo a variação e a pontuação dos principais índices de ações dos Estados Unidos no fechamento:
Dow Jones: -0,75%, 33.821,30 pontos
Nasdaq Composto: -0,92%, 13.786,30 pontos
S&P 500: -0,68%, 4.134,94 pontos