Usiminas projeta tendência positiva para preços do aço

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São Paulo – Os preços do aço e commodities em geral devem continuar com uma tendência positiva na avaliação da Usiminas, que vê como motivo para isso a forte demanda da China, que está mostrando uma recuperação da atividade econômica. Além de uma demanda externa melhor, a siderúrgica afirma que a demanda interna por aço também está forte, com vários setores em processos de recomposição de estoques depois de impactos negativos da pandemia de coronavírus.

Sobre o efeito da demanda nos preços praticados para clientes no mercado doméstico, a empresa não confirmou se fará novos reajustes nos próximos meses, mas sugeriu que há algum espaço, já que a paridade do preço do aço importado em relação ao nacional está negativa em torno de 3% a 5%.

A empresa já anunciou elevações de preços para distribuidores de aço e montadoras de veículos em abril, o que ainda deve ter impacto nos seus resultados do segundo trimestre.

“O nosso objetivo de prêmio [paridade entre preço de aço importado e nacional] é em torno de 10%, chegamos a atingir esse nível no primeiro trimestre com os reajustes, mas o mercado continuou a evoluir. Com o aumento de preços e câmbio, o prêmio voltou a ficar negativo, em 3% a 5%. Então, vamos retomar ações para atingir nosso objetivo de prêmio de 10%”, disse o diretor vice-presidente comercial da Usiminas, Miguel Angel Homes Camejo, em videoconferência de resultados da empresa.

ESTOQUES

A Usiminas também mostrou um crescimento significativo nas vendas de aço no primeiro trimestre devido à recomposição de estoques nas cadeias produtivas. Segundo Camejo, no setor automotivo, que iniciou o ano com níveis críticos e falta de produtos, houve uma recuperação com as paradas na produção vistas em março, mas não totalmente, com a duração de dias dos estoques ainda abaixo da média. O segmento automotivo responde por cerca de um terço das vendas da Usiminas.

De acordo com o executivo, as paradas não chegaram a impactar a produção da Usiminas, com outros setores também em processo de recomposição, como os distribuidores de aço e outras indústrias, como as de bens de capital, máquinas e equipamentos, entre outros.

“Não tivemos impacto em termos de produção e de entregas, justamente por que também finalizamos 2020 com um estoque crítico. As paradas das montadoras levaram a uma recuperação de estoques no setor, mas não na sua totalidade”, disse.

O executivo ainda disse, porém, que o ritmo de recomposição de estoques e seus impactos nas vendas da siderúrgica daqui para frente, dependerá também da recuperação do consumo, que pode ser diferente em cada segmento. No entanto, ressalta que, apesar das incertezas, todos os setores têm revisto projeções ou mantido previsões positivas de crescimento para este ano.