MERCADO AGORA: Veja um sumário dos negócios até o momento

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São Paulo – Após abrir em alta e subindo mais de 0,40%, a Bolsa desacelerou os ganhos e mudou de direção, passando a operar em queda. Entretanto, logo depois voltou a apresentar ligeiro viés de alta.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa operava em alta de 0,26%, aos 122.363,23 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 11,4 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em junho de 2021 apresentava avanço de 0,14%, aos 122.640 pontos.

Para Cristiano Fernandes, diretor da Euroinvest,”os investidores estão cautelosos para a compra de ativos devido ao ataque hackers no maior oleoduto nos Estados Unidos [o Colonial Pipeline, no fim de semana] e ao cenário político no Brasil”, comenta.

Ele afirma que apesar da Bolsa ter iniciado os negócios com valorização impulsionada pelas commodities com a alta do minério de ferro [saltou para mais de 8%, a US$230,56 tonelada] e o preço do petróleo, que cai [0,54%], “o movimento de realização de lucro em Nova York também impacta o mercado local e não deixa evoluir para os 123 mil pontos”.

Os papéis da mineradora Vale (VALE3) desaceleram o ganho para 2,20%. As siderúrgicas CSN (CSNA3) avançam 1,97% e Usiminas (USIM5) aceleram 2,11%. As ações da Petrobras (PETR3 e PETR4) ganhavam mais no início do pregão e desaceleram um pouco a alta para 0,62% e 1,20%.

No radar também estão os balanços que serão divulgados após o fechamento de mercado, como da Companhia Hering, Itaúsa, Petz, entre outras. O diretor da Euroinvest chama a atenção para o resultado da Petrobras, na quinta-feira.

Os investidores repercutem os indicadores locais, à espera dos balanços corporativos que saem após o fechamento do mercado e ficam atentos ao cenário político com a notícia divulgada pelo jornal “O Estado de S. Paulo, no fim de semana, de que o governo Jair Bolsonaro utilizou a estatal Companhia de Desenvolvimento da Vale do São Francisco (Codevasf) para beneficiar sua base no Congresso”.

Para os analistas da XP Investimentos, “esta semana podemos esperar uma certa tensão com os impactos da CPI da Covid, discussões sobre reforma tributária e debate envolvendo a Medida Provisória (MP) da Eletrobras”, afirmam.

Amanhã o presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Tores, presta depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da pandemia, no Senado.

O presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) afirmou que esta semana anunciará os novos desdobramentos para a reforma tributária.

Após passar a maior parte da manhã operando na estabilidade, o dólar comercial definiu um ligeiro viés de queda no final do período matinal, com a forço de fluxo estrangeiro entrando no país sendo maior que as incertezas políticas locais e as questões envolvendo a reforma tributária.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava queda de ,0,03%, cotado a R$ 5,2260 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em junho de 2021 apresentava recuo de 0,25%, cotado a R$ 5,235.

“O dólar comercial segue perdendo força frente as moedas de economia emergentes e produtores de commodities, e isso esse movimento tem sido mais forte que as coisas negativas na política que têm ocorrido no Brasil. O aumento da Selic na semana passada ajuda muito nesse movimento de entrada de dólar também”, explicou um operador de câmbio.

O avanço da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da pandemia e a denúncia segundo a qual o presidente Jair Bolsonaro utilizou uma empresa estatal, a Codevasf, para comprar apoio político no Congresso somam-se a outros elementos de instabilidade para o governo, colocando em risco o avanço de reformas econômicas exigidas pelo mercado financeiro.

Além dos ruídos políticos, a semana iniciada hoje tem o potencial de provocar bastante volatilidade na taxa de câmbio, uma vez que são esperados indicadores econômicos importantes, entre eles o Indice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e o IBC-Br, além de uma enxurrada de balanços corporativos de componentes do Ibovespa.

As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) operam de lado, apesar de um viés de alta ao longo da curva a termo, pressionadas pelos persistentes ruídos políticos locais e às incertezas em relação à reforma tributária.

Por volta das 13h30, o DI para janeiro de 2022 tinha taxa de 4,85%, de 4,845% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 6,655%, de 6,620%; o DI para janeiro de 2025 ia a 8,11%, de 8,06% antes; e o DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 8,67%, de 8,62%, na mesma comparação.