São Paulo – O Grupo Notre Dame Intermédica segue com apetite para aquisições e fusões, mantendo a estratégia de ganhar escala e com 15 empresas no alvo, apesar de um período difícil para o setor com a piora da pandemia de coronavírus no Brasil, o que elevou custos.
“O primeiro trimestre foi um dos mais desafiadores do sistema privado de saúde do Brasil, mas vemos com bons olhos o futuro em termos de aquisições e com algumas já feitas trazendo sinergias. Temos 15 targets que estamos analisando, não paramos de forma alguma. Há oportunidades”, disse o diretor-presidente do grupo, Irlau Machado Filho, em teleconferência de analistas sobre os resultados do primeiro trimestre.
O executivo afirmou que segue confiante no modelo de negócios do grupo, que busca crescimento de escala para diluir riscos como os trazidos pela pandemia, já que a empresa também tem como beneficiários a classe média emergentes, incluindo funcionários de setores que não pararam durante quarentenas.
Machado Filho disse que a piora da pandemia trouxe maior pressão de custos para todo o setor, além de ter destacado que o grupo abriu mil leitos com foco na covid-19, o que trouxe gastos com contratações, equipamentos e materiais. Outro ponto que pressiona custo, segundo o executivo, é a volta de realização de cirurgias que não são consideradas urgentes.
Já em relação a materiais como máscaras e outros, a previsão é que os preços ainda possam continuar mais elevados, pois dependem da situação da pandemia do mundo. Embora exista uma melhora em vários países, outros como a Índia seguem demandando esses produtos.
No entanto, o presidente afirma que o grupo consegue se sair melhor do que empresas menores do setor, já que possuem escala para compensar a elevação de preços.
“Sentimos evolução de custos tanto na rede credenciada como na própria, abrimos mais leitos para covid na nossa rede, são mil leitos, não é pouca coisa, isso tem impacto de construção, de materiais, medicamentos. Também há incremento na rede credenciada não só em volume de pacientes e infelizmente devido ao aumento de cirurgias sem necessidade durante um período dramático da pandemia”, disse.
Em relação aos reajustes de planos individuais, que representam cerca de 12% dos planos da empresa, afirma que estão aguardando o regulador, mas que há previsão de que sejam menores já que refletem o ano passado, quando muitas cirurgias foram suspensas.