OMS atribui letras gregas para novas variantes para evitar discriminação

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São Paulo – O Organização Mundial da Saúde (OMS) introduziu um sistema de nomenclatura com letras gregas para as variantes do coronavírus com o objetivo de evitar a estigmatização e discriminação de pessoas dos países onde novas cepas são descobertas.

A padronização também visa simplificar o tema. Cientistas criticavam, por exemplo, que eram utilizados vários nomes para a cepa descoberta na África do Sul, incluindo B.1.351, 501Y.V2 e 20H/501Y.V2.

Com a mudança, a variante B.1.1.7, que foi originalmente descoberta no Reino Unido, agora é chamada de Alfa pela OMS. A variante B.1.351, que foi originalmente descoberta na África do Sul, agora é chamada de Beta pela agência, e a variante P.1. descoberta originalmente no Brasil foi chamada de gama. A variante B.1.617.2, a última adição à lista originalmente descoberta na Índia, foi chamada de Delta.

“Embora tenham suas vantagens, esses nomes científicos podem ser difíceis de dizer e lembrar e podem ser facilmente relatados de maneira incorreta”, diz a OMS.  “Como resultado, as pessoas frequentemente chamam variantes nos locais onde são descobertas, o que é estigmatizante e discriminatório. Para evitar isso e facilitar a comunicação pública, a OMS está incentivando as autoridades nacionais, a mídia e outros a adotarem esses novos rótulos”, acrescenta.

Desde o início da pandemia, os nomes utilizados para descrever as variantes do novo coronavírus têm provocado polêmica. O ex-presidente norte-americano, Donald Trump, costuma chama-lo de vírus chinês como uma forma de tentar culpar o país rival pela pandemia, o que fomentou crimes de ódio contra asiáticos nos Estados Unidos.

Segundo a OMS, o novo padrão foi escolhido após uma ampla consulta e revisão de muitos sistemas de nomenclatura. O processo durou meses e entre as sugestões de padronização estavam nomes de deuses gregos, de religiões, de plantas ou simplesmente VOC 1, VOC2, e assim por diante.