São Paulo – Impulsionada pela vacinação contra a covid-19 nos países avançados, a economia mundial deve se recuperar e crescer 5,6% este ano, segundo o Banco Mundial, que projetava a expansão em 4,1% em janeiro. O órgão multilateral, no entanto, alerta para um quadro mais obscuro para os países mais pobres. Em 2020, a economia global encolheu 3,5%.
“A economia global deve expandir 5,6% em 2021, o ritmo pós-recessão mais rápido em 80 anos, em grande parte devido à forte recuperação de algumas economias importantes. No entanto, muitos mercados emergentes e economias em desenvolvimento continuam a lutar com a pandemia e suas consequências”, afirma o Banco Mundial em suas Perspectivas Econômicas Globais de junho de 2021.
Apesar da recuperação, a economia global ficará cerca de 2% abaixo das projeções pré-pandemia até o final deste ano, segundo o Banco Mundial, que prevê ainda que as perdas de renda per capita não sejam revertidas até 2022 para cerca de dois terços dos mercados emergentes e economias em desenvolvimento.
“Entre as economias de baixa renda, onde a vacinação foi retardada, os efeitos da pandemia reverteram os ganhos na redução da pobreza e agravaram a insegurança e outros desafios de longa data”, diz o Banco Mundial.
As economias avançadas devem crescer 5,4% este ano, após uma recessão de 4,7% em 2020, uma projeção 2,1 pontos maior do que a feita em janeiro. Entre as principais economias do mundo, o crescimento dos Estados Unidos deve chegar a 6,8% este ano, refletindo o apoio fiscal em grande escala e a redução das restrições à pandemia. Em janeiro a previsão era de 3,5%.
“O crescimento em outras economias avançadas também está se firmando, mas em menor grau”, diz o Banco Mundial.
A eurozona, por exemplo, deve crescer 4,2% este ano, após uma recessão de 6,6% em 2020, uma projeção 0,6 ponto maior do que a de janeiro. Para 2022, a estimativa é de expansão de 4,4% ante previsão de 4,0% feita no início do ano.
Apoiados pela maior demanda e preços elevados das commodities, a estimativa para os mercados emergentes e economias em desenvolvimento subiu em 0,8 ponto, para 6,0% este ano, depois de uma recessão de 1,7% em 2020. A expansão da China passou de 7,9% para 8,5% este ano, refletindo a liberação da demanda reprimida.
“No entanto, a recuperação em muitos países está sendo retardada pelo ressurgimento de casos de covid-19 e pelo atraso no progresso da vacinação, bem como pela retirada do apoio político em alguns casos”, diz o Banco Mundial.
Excluindo a China, a recuperação neste grupo de países deve ser de 4,4%. A expansão entre os mercados emergentes e as economias em desenvolvimento está prevista para moderar para 4,7% em 2022. Mesmo assim, segundo o Banco Mundial, os ganhos neste grupo de economias não são suficientes para recuperar as perdas experimentadas durante a recessão de 2020, e a expansão em 2022 deve ficar 4,1% abaixo projeções pré-pandêmicas.
No caso do Brasil, a previsão da expansão para 2021 passou para 4,5%, 1,5 ponto a mais do que o estimado em janeiro. No ano passado, a economia brasileira encolhei 4,1%. Para 2022, a projeção se manteve em 2,5%.