IPCA acelera em maio para o maior nível em 25 anos

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São Paulo – O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, subiu 0,83% em maio, acelerando-se em relação à alta de 0,31% apurada em abril, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Trata-se da leitura mais elevada para maio desde 1996. O resultado veio acima da mediana projetada, de 0,71%, conforme o Termômetro CMA.

Segundo o IBGE, o IPCA acumula alta de 3,22% nos primeiros cinco meses do ano. Com isso, o indicador acelerou a alta acumulada em 12 meses para +8,06%, permanecendo acima do teto da meta de inflação do Banco Central para 2021, de 5,25%. O resultado também ficou ligeiramente acima da mediana projetada, de +7,93%, ainda conforme o Termômetro CMA.

Na passagem de abril para maio, todos os nove grupos pesquisados apresentaram alta, sendo que o maior impacto (+0,28 ponto porcentual) e a maior variação (+1,78%) vieram de Habitação, que vinha de alta de 0,22% em abril. A segunda maior contribuição (+0,24 pp) veio de Transportes, que acelerou de -0,08% para +1,15% de abril para março. Na sequência aparecem os grupos Saúde e Cuidados Pessoais (+0,76%) e Alimentação e bebidas (+0,44%), com impactos de +0,10 pp e +0,09 pp, respectivamente. Já a segunda maior variação no mês foi de Artigos de residência, com alta de 1,25%. Os demais grupos variaram entre altas de 0,06% (Educação) e 0,92% (Vestuário).

Nessas classes de despesa, destaque para a alta do preço da energia elétrica (5,37%), que registrou o maior impacto individual sobre o IPCA em maio (+0,23 pp), quando passou a vigorar a bandeira tarifária vermelha patamar 1, que acrescenta R$ 4,169 na conta de luz a cada 100 quilowatts-hora consumidos, informou o IBGE.

Em termos regionais, todas as 16 áreas pesquisadas apresentaram variação positiva em maio. O maior índice ficou com o município de Salvador (+1,12%), principalmente por conta da alta nos preços da gasolina (+8,43%) e da energia elétrica (+10,54%). Já a menor variação ficou com Brasília (+0,27%), especialmente em função da queda nos preços das passagens aéreas (-37,10%) e das frutas (-10,68%). Em São Paulo, o IPCA acelerou de +0,14% em abril para +0,78% em maio.