São Paulo – As projeções do Banco Central Europeu (BCE) apontam que a economia da eurozona voltará aos níveis pré-covid no primeiro trimestre de 2022, mas isso não significa que as compras de ativos vão terminar em março do ano que vem, disse a presidente do BCE, Christine Lagarde.
Segundo ela, em entrevista ao Politico reproduzida no site do BCE, “é muito cedo para debater essas questões”, como afirmado na semana passada após a decisão da instituição de manter suas principais taxas de juros e programas de compras de ativos inalterados.
“De acordo com nossas últimas projeções, vemos a economia da zona do euro voltando ao nível pré-covid-19 durante o primeiro trimestre de 2022. Dito isso, não estou sugerindo que o programa de compra de emergência pandêmica (PEPP) vá parar em 31 de março. Temos bastante flexibilidade, mas em termos de perspectivas econômicas caminhamos na direção certa”, afirmou.
Lagarde reiterou que o comunicado do BCE deixa claro que as compras sob o PEPP, de US$ 1,850 trilhão de euros, vão continuar até pelo menos março de 2022 e até que o Conselho do BCE julgue que a fase de crise pandêmica acabou. “Mas nossa projeção, e o design do PEPP como o temos, parecem estar indo na direção certa”, disse.
Ainda segundo ela, a economia da eurozona deve voltar ao nível pré-covid-19 de dezembro de 2019, “se a variante delta não arruinar nossos planos”, no primeiro trimestre de 2022, um trimestre antes do que esperávamos em nossas projeções em março.
“Temos que levar a economia através da pandemia e entrar em uma fase de recuperação, que agora começou”, disse. “Precisamos realmente ancorar a recuperação. Sempre falamos em ancorar a inflação e não nos esquecemos disso. Mas a recuperação precisa ser firme, sólida e sustentável”.
Por fim, ela disse que “encontramo-nos num ponto de inflexão em que, tendo em conta as variantes alternativas, estamos nesse caminho de recuperação, rumando firmemente para um regresso ao nível pré-covid-19”.
Com relação à revisão estratégica do BCE, Lagarde disse que pode ser já no final do verão europeu, e que leva em conta a alteração do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) para uma meta de inflação média, mas isso não significa que funcionará para o BCE.