Mercado se anima com antecipação da vacinação em SP

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São Paulo – A Bolsa fechou em alta de 0,59%, aos 130.1207,96 pontos, motivada pelo novo calendário de vacinação contra a covid-19 no estado de São Paulo apresentado, no final de semana, o que fez com que os papéis ligados às empresas de reabertura econômica subissem. O novo cronograma de imunização indicou que toda a população até 18 anos deve ser vacinada até dia 15 de setembro. Em contrapartida, os investidores mantêm cautela sobre as decisões do Copom e do Federal Reserve, na quarta-feira.

Os analistas da Terra Investimentos comentam que a alta no Ibovespa é atribuída ao “adiantamento do calendário de vacinação (no estado de São Paulo), e com destaque para empresas voltadas à reabertura econômica”.  Eles comentam também que “os investidores estão aguardando a reunião do Copom”.

O analista sênior, Luiz Henrique Wickert, da plataforma de investimentos sim;paul, afirma que a notícia de antecipação do cronograma de imunização no estado de São Paulo contribuem para a alta alguns papéis. “Ações ligadas à educação sobem por conta da possibilidade de volta às aulas”.

Wickert comenta que o movimento para shopping e varejo foi intenso no fim de semana, principalmente por causa do dia dos namorados. “O fluxo nos shoppings seguiu forte e acredito que por isso essas ações ligadas a reabertura [econômica] estão sendo favorecidas hoje”.

As ações das empresas ligadas a reabertura econômica tiveram alta expressiva no pregão de hoje. Os destaques são os papéis das empresas de educação: Cogna (COGN3) e Yduqs (YDUQ3) avançaram mais de 9,00% e mais de 4,00%, respectivamente, e as administradoras de shoppings: Multiplan (MULT3), BR Malls (BRML3) e Iguatemi (IGTA3), que avançaram mais de 3,00%, mais de 4,00% e mais de 3,00%, nessa ordem.

Os papéis das companhias aéreas também contribuíram com a alta do índice, como a Azul (AZUL 4), que valorizaram 1,00% a empresa de turismo CVC (CVCB3) aceleravam mais de 1% e as varejistas Lojas Americanas (LAME4) tiveram alta de mais de 1% e Lojas Renner (LRN3) avançaram mais de 3%.

“A princípio a expectativa do mercado é que o bc norte-americano deve reafirmar o ritmo de compras de títulos esta semana, mesmo que entregue projeções com o aumento das taxas de juros só em 2023”, afirma o estrategista da Genial Investimentos, Filipe Villegas.

Os analistas da Sul América Investimentos acreditam que devem ser intensificados os debates em relação aos riscos inflacionários e alimentando o momento exato em que o Federal Reserve começará a reduzir os estímulos. “O Fed, provavelmente, continuará avaliando o surto inflacionário como transitório”, enfatizam.

Os analistas da Sul América Investimentos afirmam que os investidores devem olhar com atenção o comunicado da autoridade monetária brasileira. “Espera-se que o comunicado que acompanha a decisão mude de tom, abrindo espaço para plena normalização monetária ainda este ano”.

O dólar comercial fechou em queda de 0,97% no mercado à vista, cotado a R$ 5,0710 para venda, em meio à entrada de fluxo estrangeiro vindo de captações externas. Além disso, o mercado aguarda pelas decisões de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) e do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central na quarta-feira.

O gerente da mesa de câmbio da Correparti, Guilherme Esquelbek, destaca que em sessão de pouca liquidez, a perspectiva de fluxo positivo para o país vindo das últimas captações externas e de novas ofertas públicas iniciais de ações (IPOs, na sigla em inglês) ajudaram a moeda sustentar queda por toda a sessão e renovar mínimas no nível de R$ 5,05.

“À tarde, a moeda se afastou das mínimas com o fortalecimento lá fora, reflexo de novas altas nos títulos de longo prazo do governo norte-americano [as treasuries]”, comenta. A economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack, reforça que é “comum” os ativos globais exibirem viés de cautela às vésperas da reunião de política monetária.

“Há uma certa limitação de valorização do dólar por conta da expectativa com a comunicação do Fed [Federal Reserve, o banco central norte-americano]”, diz, acrescentando que a autoridade monetária também divulgará as projeções econômicas para o país no trimestre.

“O mercado vai ficar de olho também se terá revisões para cima. Isso pode, de alguma forma, precificar o câmbio”, diz. O vencimento de 10 anos (T-Note) das treasuries saiu de 1,45% no início da sessão para 1,50% à tarde.

A chamada “super quarta-feira” será também de decisão Copom, com expectativa de elevação da taxa Selic, a terceira seguida, em 0,75 ponto percentual (pp). “Aqui, o fluxo está positivo, tem tido captações e a Selic deve subir mais. Mas investidores não se esqueceram dos nossos problemas fiscais. Isso segura o dólar acima dos R$ 5,00”, avalia Abdelmalack.

Para a equipe econômica do Itaú, o Comitê deve abandonar a menção a uma normalização “parcial” do grau de estímulo monetário no comunicado, dado o contexto de inflação bastante pressionada e significativa retomada da economia, além de sinalizar os passos do Banco Central no segundo semestre.

“Acreditamos que a discussão terá como novo elemento o movimento recente de apreciação da moeda [local], o que reduz a pressão por aumentos adicionais da taxa de juros. Levando todos estes fatores em consideração, esperamos que a autoridade monetária sinalize um aperto adicional de 0,75 pp em agosto”, ponderam os economistas do banco.

Para a economista da Veedha, apesar da espera pelos eventos da semana, as decisões dos bancos centrais, os números de atividade dos Estados Unidos podem fazer preço como o índice de preços ao produtor e a produção industrial, no mês passado. “O mercado está atento a todos esses números vindos de lá”, acrescenta.

As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) fecharam em direções divergentes, divididas entre os próximos passos dos bancos centrais do Brasil e dos Estados Unidos e a queda do dólar.

Com isso, o DI para janeiro de 2022 encerrou com taxa de 5,330%, de 5,295% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 6,965%, de 6,980%; o DI para janeiro de 2025 ia a 8,00%, de 8,05% antes; e o DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 8,47%, de 8,54%, na mesma comparação.

O Nasdaq e o S&P 500 encerraram a primeira sessão da semana em alta, renovando recordes, beneficiados pelos ganhos das ações de tecnologia, comunicações e meme – aquelas empresas alvo do movimento conjunto de pequenos investidores -, enquanto o Dow Jones fechou o dia em queda, pressionado pelos papéis de empresas dependentes da reabertura econômica.

Confira abaixo a variação e a pontuação dos principais índices de ações dos Estados Unidos no fechamento:

Dow Jones: -0,25%, 34.393,75 pontos

Nasdaq Composto: +0,74%, 14.174,10 pontos

S&P 500: -+0,18%, 4.255,15 pontos