EUA e UE resolvem disputa entre Boeing e Airbus que durava 17 anos

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São Paulo – Os Estados Unidos e a União Europeia (UE) resolveram uma disputa de 17 anos sobre os subsídios à Boeing e à Airbus ao concordarem em suspender tarifas por cinco anos. O entendimento é resultado de um encontro entre o presidente norte-americano, Joe Biden, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

“Esta reunião começou com um avanço nas aeronaves”, disse Von der Leyen no Twitter, após a reunião com Biden em Bruxelas. “Isso realmente abre um novo capítulo em nosso relacionamento porque passamos do litígio para a cooperação em aeronaves após 17 anos de disputa”, acrescentou.

Tanto os Estados Unidos como os países da UE receberam autorização da Organização Mundial do Comércio (OMC) para aplicar um total de US$ 12 bilhões em tarifas retaliatórias, mas uma suspensão de quatro meses foi acordada em março. Agora será prorrogada por cinco anos.

O entendimento é resultado de uma abordagem mais conciliatória do atual governo norte-americano em relação ao antecessor Donald Trump. Biden já dava sinais de que as autoridades estavam prestes a chegar a um acordo dentro de sua estratégia de conter o avanço da China.

“Em vez de lutar com um de nossos aliados mais próximos, estamos finalmente nos unindo contra uma ameaça comum”, disse a representante comercial dos Estados Unidos, Katherine Tai, mencionando a China.

Como parte do acordo, a UE e os Estados Unidos concordaram em fornecer financiamento para pesquisa e desenvolvimento por meio de um processo aberto e transparente, bem como não dar apoio específico, como incentivos fiscais, aos seus próprios produtores que prejudicariam o outro lado.

A ideia é também colaborar no tratamento de práticas não mercantis realizadas por outros países, incluindo a China.

“Isso mostra o novo espírito de cooperação entre a UE e os Estados Unidos e que podemos resolver as outras questões para nosso benefício mútuo. Juntos podemos ajudar nossos cidadãos e empresas”, disse o chefe de comércio da UE, Valdis Dombrovskis, em um comunicado.

Separadamente, o Reino Unido indicou hoje que espera um acordo semelhante com os Estados Unidos nos próximos dias. O Reino Unido era membro da UE quando a disputa surgiu e foi atingido pelas tensões comerciais que se desenvolveram durante a presidência de Trump.