MERCADO AGORA: Veja um sumário dos negócios até o momento

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São Paulo – O Ibovespa segue em campo positivo impulsionado pelas ações da Vale, Petrobras e bancos, tentando se aproximar dos 130 mil pontos.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa operava em alta de 0,43%, aos 129.328,43 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 13,2 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em agosto de 2021 apresentava avanço de 0,20%, aos 130.035 pontos.

Após a fala da véspera do presidente do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano), Jerome Powell, tranquilizando os mercados que não irá elevar os juros de forma preventiva e sinalizando que a inflação é temporária, a expectativa para hoje é o discurso da secretária do Tesouro norte-americano, Janet Yellen, no comitê de orçamento do Senado, às 15 horas.

Para Cristiano Fernandes, diretor da Euroinvest, o mercado antecipou, na véspera, o aumento da tributação sobre o lucro dos bancos. “Os investidores assustaram e agora os papéis estão se recuperando”.

Fernandes comenta que “os estrangeiros estão comprando ações de bancos e Petrobras”.

As ações do setor financeiro, como Bradesco (BBDC3 e BBDC4) sobem 0,77% e 0,63%, respectivamente. Itaú (ITUB 4) e Santander (SAN B11) avançam 0,96% e 0,59%, nessa ordem. Com a alta do minério de ferro e petróleo, as commodities têm forte valorização -Vale (VALE3) avançam mais de 2,00% e Petrobras (PETR3 e PETR4) ganham 0,95% e 1,13%.

O estrategista Filipe Villegas, da Genial Investimentos, comenta que o banco central dos Estados tem um grande desafio pela frente.” Eles não vão falar que os estímulos serão retirados, deve-se observar os balanços do Fed, se está mantendo a trajetória de compra de títulos”.

A MP aprovada ontem pelos senadores aumenta a alíquota da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) das instituições financeiras, de 20% para 25% entre 1 de julho e 31 de dezembro deste ano. Objetivo da proposta é compensar a redução das alíquotas de impostos sobre o diesel e o gás de cozinha. O texto vai para a Câmara e tem prazo até a próxima segunda-feira para ser votado, caso contrário perde a validade.

“Acredito que já era algo precificado pelo mercado”, afirma o estrategista da Genial Investimentos. Mas ressalta que o tema deve ser observado na sessão de hoje. Ele acrescenta que a pressão sobre o setor financeiro na véspera foi em relação à reforma tributária.

Os analistas da CM Capital afirmam que “a MP está na linha do que é desenhado pelo governo para alterações tributárias. Com isso devemos aguardar alterações no sistema tributário”.

No radar dos investidores está a crise de energia no Brasil. Nos últimos dias cresceram os rumores de uma crise hídrica e a possibilidade de um racionamento. “É uma preocupação e devemos monitorar. O governo deve optar por uma campanha mais educativa e de uso racional de energia”, comenta Villegas.

O dólar comercial exibe forte volatilidade frente ao real na primeira parte dos negócios e oscila em queda, renovando mínimas a R$ 4,93 em meio ao movimento local de recomposição de posições onde a moeda norte-americana perde terreno para os pares e divisas de países emergentes. O pano de fundo do cenário externo ainda é a postura considerada “dovish” (suave) do presidente do Fed que ontem tranquilizou o mercado ao reiterar que o país não subirá juros no curto prazo.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava queda de 0,40%, cotado a R$ 4,9460 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em julho de 2021 apresentava recuo de 0,22%, cotado a R$ 4,950.

“Os investidores monitoram a alta das commodities e os pares emergentes do real se fortalecem após Powell reafirmar que as pressões sobre os preços provavelmente diminuirão e descartar uma alta ‘preventiva’ de juros pelo Fed”, comentam os analistas da Terra Investimentos.

O diretor de uma corretora nacional reforça que as mínimas do dólar abaixo de R$ 4,95 atraíram importadores e levou as tesourarias de banco a fazerem a “recomposição de posições”, já que a moeda “ficou barata demais”, diz, acrescentando que a liquidez doméstica está um pouco negativa na sessão.

Após fechar abaixo de R$ 5,00 pela primeira vez em um ano e acumular queda de mais de 4% no ano, o operador da corretora Commcor, Cleber Alessie, pondera que o mercado “se questiona” sobre a sustentabilidade do rali da moeda local. Se por um lado, há pontos animadores como o tom mais duro (“hawkish”) do Comitê de Política Monetária (Copom), o avanço no Congresso da Medida Provisória (MP) que possibilita a privatização da Eletrobras e o andamento das tratativas em torno da agenda de reformas, há também pontos para cautela.

“A começar pela delicadíssima situação fiscal, os riscos políticos com foco na CPI da que investiga os gastos do governo federal no combate à pandemia de covid-19 e os possíveis impactos no andamento das reformas. Além da delicada situação que vivemos em relação à pandemia e o risco de novas medidas de restrições de mobilidade entrarem em cena”, questiona.

As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) operam de lado acompanhando as oscilações do dólar perto da estabilidade ante o real ao mesmo tempo em que os investidores seguem se ajustando às sinalizações do Copom em relação aos próximos passos da entidade em relação à taxa Selic.

Por volta das 13h30, o DI para janeiro de 2022 tinha taxa de 5,745%, de 5,730% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 7,265%, de 7,25%; o DI para janeiro de 2025 ia a 8,19%, de 8,19% antes; e o DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 8,61%, de 8,64%, na mesma comparação.