MERCADO AGORA: Veja um sumário dos negócios até o momento

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São Paulo – O Ibovespa oscilava entre altas e baixas durante a manhã e passou a operar em queda pressionado pelas empresas ligadas a commodities e setor financeiro. Os investidores mantêm preocupação sobre segunda fase da reforma tributária entregue ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), na sexta-feira, com a proposta de tributar lucros e dividendos e retirada da isenção dos rendimentos dos fundos imobiliários (FII).

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa operava em queda de 0,43%, aos 126.701,02 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 12,4 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em agosto de 2021 apresentava recuo de 0,55%, aos 127.385 pontos.

Para o analista sênior da sim;paul plataforma de investimentos, o mercado segue o pessimismo de sexta-feira, com a “ressaca” em relação à reforma tributária. “O mercado viu a proposta do governo como onerosa para as empresas. Os bancos estão sentindo bastante e as commodities estão pesando bastante também”.

Na visão de José Claudio de Oliveira, operador de renda variável da Commor, o mercado está cauteloso em relação ao suposto esquema de corrupção envolvendo a compra da vacina indiana Covaxin. “O mercado tem trabalhado mais com essa versão ao risco na sessão de hoje”. Na quarta-feira, o empresário Carlos Wisard deve ser ouvido pelos senadores.

O estrategista Filipe Villegas, da Genial Investimentos acredita que “a reforma tributária ainda terá um longo caminho de negociação no Congresso e junto à sociedade.

Para Villegas, a reforma é mais favorável aos investidores especulativos. “Por conta da tributação de dividendos, o mercado pode passar a dar uma visão melhor para as empresas que fazem retenção de lucros para investir na própria operação, do que as empresas que distribuem dividendos. O setor de tecnologias pode ter mais vantagens que os mais consolidados”.

Ainda no cenário doméstico, os investidores aguardam os dados do Cadastro Geral do Emprego e Desemprego (Caged) e os discursos de alguns membros do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano).

O dólar comercial voltou a registrar alta após um momento de estabilidade da divisa com indicativos de forte volatilidade que podem levar a divisa a operar no campo negativo com investidores aguardando pela agenda de indicadores dessa semana. Além disso,

ainda digerem a entrega da proposta da reforma tributária feita na sexta-feira passada e que não havia agradado ao mercado. No cenário político, é esperada a continuidade da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da pandemia no Senado Federal.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava alta de 0,42%, cotado a R$ 4,9570 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em julho de 2021 apresentava avanço de 0,46%, cotado a R$ 4,959.

“No Brasil, proposta da Reforma Tributária foi entregue na sexta-feira, porém é esperado alguns debates, não devendo sair da mesma maneira que chegou; com alguns pontos diferentes do esperado como a isenção de R$ 20 mil por mês de dividendos recebidos, que valeria apenas para pequenas e microempresas, já os dividendos das empresas da Bolsa passam a ser tributados a todos os investidores”, afirmou, em relatório, o analista da Terra Investimentos, Régis Chinchila.

“Além disso, na CPI da Covid, poderá ser investigado também a compra das vacinas Sputnik V e Convidecia para averiguar se também houve provável esquema de corrupção devido à urgência para compra e aprovação da Sputnik V, principalmente por Ricardo Barros, altamente citado durante a CPI e já alvo de investigações desde 2019 com compra de medicamentos para doenças raras”, acrescentou Chinchila.

De acordo com Jefferson Rugik, da Correparti, os destaques no Brasil para essa semana são Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) e a Produção Industrial de maio. Nos Estados Unidos tem a variação dos postos de trabalho no mês de junho, o chamado payroll.

“No mercado internacional de câmbio o dólar ganha levemente de seus pares e trabalha de forma mista frente as divisas emergentes e ligadas às commodities. Internamente o dólar comercial tem leve viés de alta, entretanto, a semana promete fortes emoções com os participantes deste mercado de olho no fluxo, em Guedes [ministro da Economia, Paulo], e nas investigações da CPI da Covid, após o caso Covaxin ter tomado escala, com as denúncias dos irmãos Miranda contra o líder do Planalto, Ricardo Barros”, explicou Rugik, em relatório matinal.

As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) operam de lado acompanhando o dólar em um pregão no qual os investidores ajustam suas posições para a carregada agenda da semana tanto em relação a indicadores econômicos quanto a eventos políticos.

Por volta das 13h30, o DI para janeiro de 2022 apresentava taxa de 5,635%, de 5,655% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 7,11%, de 7,135%; o DI para janeiro de 2025 ia a 8,13, de 8,16% antes; e o DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 8,59%, de 8,58%, na mesma comparação.