São Paulo – As vendas do comércio varejista restrito, que excluem veículos e material de construção, subiram 1,4% em maio em relação a abril, engatando o segundo mês de alta, de acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado veio abaixo da previsão de alta de 2,5%, conforme a mediana calculada pelo Termômetro CMA.
Na comparação com maio de 2020, as vendas no varejo avançaram 16,0%, na terceira alta seguida, também ficando abaixo da previsão de +17,3%. Com isso, as vendas do varejo restrito acumulam altas de 6,8% no ano e de 5,4% em 12 meses até maio.
Em base mensal, sete das oito atividades pesquisadas do comércio restrito registraram alta da atividade, com destaques para tecidos, vestuário e calçados (+16,8%); combustíveis e lubrificantes (+6,9%); outros artigos de uso pessoal e doméstico (+6,7%); equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (+3,3%); livros, jornais e papelaria (+1,4%) e supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (+1,0%). A única taxa negativa foi registrada em artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-1,4%).
Segundo o IBGE, esses setores vêm de trajetórias diferentes. “A atividade de tecidos, vestuário e calçados já havia crescido 6,2%, mas ainda está muito abaixo do que estava antes da pandemia [de covid-19]. Além disso, esse setor sofreu outra queda em março deste ano. Então é uma recuperação, mas em cima de uma base de comparação muito baixa”, afirma o gerente da pesquisa, Cristiano Santos.
Em relação ao comércio varejista ampliado, que incluem veículos e material de construção, as vendas cresceram 3,8% ante abril, engatando o segundo mês de resultado positivo. Na comparação com maio de 2020, as vendas do varejo ampliado tiveram forte alta de 26,2%. Com isso, o comércio varejista ampliado acumula ganhos de 12,4% no ano e de +6,8% em 12 meses até maio.
A alta nas vendas no segmento de veículos, motos, partes e peças foi mais tímida (+1,0%), após avançar 20,3% em abril. Já as vendas no segmento de material de construção subiram 5,0% em maio.
Ainda sobre o resultado mensal, o IBGE revisou o resultado de abril na comparação com março, passando de +1,8% para +4,9% neste mês. O ajuste decorre da aplicação do algoritmo de dessazonalização, que busca calibrar os efeitos sazonais no volume de compras no comércio, como festas de Natal e Páscoa, por exemplo.
“Com a pandemia, há um novo cenário no comércio, com diferenças marcantes. O carnaval, por exemplo, não ocorreu neste ano. Com isso, há ajustes recorrentes que são feitos, baseados nas informações que chegaram por último, que foram inseridas naquele mês”, explica o Instituto.
Na comparação com um ano antes, sete das oito atividades registraram movimento positivo no varejo restrito, com destaque para tecidos, vestuário e calçados, setor que avançou 165,2%, enquanto outros artigos de uso pessoal e doméstico avançaram 59,8% e livros, jornais, revistas e papelaria tiveram alta de 59,4%.
Enquanto no varejo ampliado, a atividade ligada aos automóveis teve forte alta de 71,9%, também na terceira taxa positiva seguida. O segmento ligado a reformas e construção avançou 25,7% nas vendas, na décima segunda taxa positiva seguida.