São Paulo – O presidente da Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda), Carlos Jorge Loureiro, disse que o ministro da Economia, Paulo Guedes, se “entusiasmou” ao dizer, em entrevista ao jornal “Valor Econômico” na semana anterior, que o governo fez um acordo informal com o setor de aço para não reajustar os preços até o fim do ano e que haverá redução de 10% da taxa de importação de aço.
“Acho que foi entusiasmo do ministro em falar que não teremos aumento de preços nesse ano. Não acredito que as usinas tenham se reunido. Isso é contra o compliance. Temos, inclusive, usinas que não participam mais do IABr, como a CSN. Com isso, não existe jeito de você reunir as usinas para acertar preço”, disse Loureiro.
Ele também falou que um reajuste de preços para cima é improvável para este ano, “a medida que o dólar se mantenha relativamente comportado, e por outro lado, o dólar não volte para R$ 5,80, R$ 5,90 e os preços lá fora não subam.”
Loureiro explicou que a perspectiva de preços no exterior é de estabilidade para queda.
“O mercado europeu subiu 0,5%, o mercado mundial caiu 4% e a China caiu ao redor de 4% a 5%. o mercado já está entrando em um platô e eventualmente poderá haver alguma queda de preço. Com o preço lá fora mais ou menos estável ou em queda, com mineiro e o carvão nos seus mais altos preços, não existe razão para ter aumento de preços”, explicou.
VENDAS DE AÇO
As vendas de aços planos subiram 3,3% em junho em relação ao mesmo período de 2020, ficando em 300 mil toneladas, segundo dados do Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda). Na comparação mensal, houve queda de 6,4%, quando foram vendidas 320,3 mil toneladas.
No mês passado, as compras de aços planos cresceram 16,8%, em base de comparação anual, para 347,3 mil toneladas. Com relação a maio, em que foram compradas 345,6 mil toneladas, as aquisições aumentaram 0,5%.
Em junho, os estoques aumentaram 6,4% ante maio, atingindo o montante de 785,8 mil toneladas. O giro dos estoques fechou em 2,6 meses.
As importações avançaram 118,1% em relação ao mesmo período do ano anterior, com volume de 226 mil toneladas. Ante o mês anterior, houve avanço de 19,6% nos embarques.
Para julho, a expectativa do Inda é de que as compras permanecem iguais a junho e as vendas tenham uma queda de 7,7%.
