São Paulo – O governo de Joe Biden prepara a maior investida diplomática na China até o momento ao enviar a vice-secretária de Estado norte-americana, Wendy Sherman, a Tianjin em uma tentativa de reduzir as tensões com Pequim.
Em turnê pela Ásia, Sherman estará na China no domingo e na segunda-feira para se reunir com vários oficiais do país, incluindo o ministro das Relações Exteriores chinês, Wang Yi, de acordo com comunicado do Departamento de Estado norte-americano.
Em pauta, segundo a nota, estarão áreas em que os Estados Unidos têm sérias preocupações sobre as ações da China, bem como as áreas em que os interesses se alinham. A declaração não detalha que áreas são essas.
“Essas discussões são parte dos esforços contínuos dos Estados Unidos para manter intercâmbios francos com oficiais da China para promover os interesses e valores dos Estados Unidos e para gerenciar o relacionamento com responsabilidade”, diz o comunicado.
A visita acontece depois que, na segunda-feira, os Estados Unidos – apoiados pela União Europeia e outros países – acusaram o governo chinês de contratar hackers para realizar operações cibernéticas não permitidas globalmente, como o ataque cibernético à Microsoft. Pequim nega essas acusações e aponta os Estados Unidos como a fonte da maioria dos ataques cibernéticos do mundo.
Além disso, as tensões aumentaram na esteira do alerta do governo de Biden às empresas norte-americanas para não fazer negócios com entidades que operam em Hong Kong ou na região de Xianjiang, onde Washington acusa Pequim de abusos graves contra empresas dos Estados Unidos, uigures e outras minorias étnicas.
Desde que assumiu a Casa Branca em janeiro, Biden não só manteve a guerra comercial com a China lançada por seu antecessor, Donald Trump, mas também fez da competição com Pequim uma das principais prioridades de sua política externa.