MERCADO AGORA: Veja um sumário dos negócios até o momento

484

São Paulo – O Ibovespa mantém-se em terreno negativo e com baixa liquidez pressionado pelas ações da Vale, das instituições financeiras e Petrobras, que têm peso expressivo no índice. Os investidores seguem atentos ao cenário político local.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa operava em queda de 0,25%, aos 125.611,91 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 7,6 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em agosto de 2021 apresentava recuo de 0,34%, aos 125.990 pontos.

O analista sênior Luiz Henrique Wickert, da plataforma sim;paul  afirma que a queda na Bolsa é atribuída “ao mau desempenho das empresas que têm mais peso no índice”. Ele comenta também que “lá fora não está um dia positivo e não ajuda por aqui”.

As ações da Vale (VALE3) caíam 1,24% devido à queda do minério de ferro. O setor financeiro também registravam perda com um movimento de realização. Bradesco (BBDC3 e BBDC4) perdiam 1,51% e 1,42%; Itaú (ITUB4) retraíam 1,14%. Petrobras (PETR3 e PETR4) registravam queda de 0,75% e 0,44%.

O analista sênior da sim;paul não acredita que os dados de seguro-desemprego tenham impactado negativamente o mercado local. “Acredito que até seria positivo para mercados emergentes” .

O economista-chefe Àlvaro Bandeira, da Modalmais, publicou em suas redes sociais que “tensão e emoções permeiam o jogo político e interferem no comportamento do mercado”.

As opiniões divergem no mercado em relação ao cenário político local. Para Friedrich, o mercado não está atento à questão política, por enquanto, com as mudanças ministeriais, mas ressalta que “fica de olho na reforma tributária”.

Para os analistas da Sul América Investimentos, o mercado deve repercutir a minirreforma que o presidente Jair Bolsonaro fará nos próximos dias. “Os investidores devem sopesar os riscos entre chances de avanços das reformas e recaídas para um populismo eleitoral”, enfatizam.

A minirreforma implica em dar a Casa Civil para o senador Ciro Nogueira, presidente do Progressistas. A pasta é atualmente ocupada pelo general Luiz Eduardo Ramos, que deve comandar a Secretaria da Presidência, hoje sob a responsabilidade de Onyx Lorenzoni. E o presidente Bolsonaro deve criar o Ministério de Trabalho e Emprego para ser chefiado por Onyx.

Nos Estados Unidos, os pedidos de seguro desemprego na semana encerrada em 17 de julho subiram de 51 mil na semana encerrada em 17 de julho, para 419 mil, contra 368 mil na semana anterior. Os dados são do Departamento de Trabalho.

Para Rodrigo Friedrich, sócio da Renova Invest, comenta os dados vieram muito acima do consenso dos analistas-esperavam 350 mil pedidos, mas “é muito bom para a Bolsa porque força o governo norte-americano continuar injetando dinheiro na economia para ver se o desemprego cai e demora para aumentar a taxa de juros”., completa.

O sócio da Renova Invest comenta que os investidores ficam à espera do relatório de produção da Petrobras, que será divulgado após o fechamento.

O dólar comercial segue operando em alta na sessão, mas com possibilidade de volatilidade e de voltar a cair, com investidores digerindo a decisão do Banco Central Europeu (BCE) de manter a taxa básica de juros em zero, além do discurso da presidente da autoridade monetária Christine Lagarde. Além disso, foram divulgados dados sobre seguro-desemprego nos Estados Unidos.

Ainda segue no radar dos investidores a disseminação da variante Delta do coronavírus e o cenário político brasileiro. “Do lado da política local, apesar do recesso parlamentar, o presidente Bolsonaro está articulando uma minirreforma ministerial, incluindo a recriação do ministério da educação”, explicou Pedro Galdi, analista da Mirae Asset.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava alta de 0,28%, sendo negociado a R$ 5,2060 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em agosto de 2021 apresentava avanço de 0,30%, cotado a R$ 5,210.

O número de novos pedidos de seguro-desemprego nos Estados Unidos subiu em 51 mil solicitações na semana encerrada em 17 de julho, totalizando 419 mil, após ter alcançado 368 mil na semana anterior, segundo estatísticas do Departamento do Trabalho ajustadas por fatores sazonais. Os analistas previam 350 mil pedidos. Uma queda nos pedidos sugere que menos pessoas estão sem trabalho, enquanto uma alta indica o contrário. A média móvel dos pedidos de seguro-desemprego feitos nas últimas quatro semanas, um indicador menos volátil, subiu em 750, em 385.250 pedidos.

“Hoje, os mercados acionários ao redor do globo voltam a exibir um viés majoritariamente positivo, impulsionadas pelo apetite global por ações, com investidores no aguardo da decisão de política monetária do BCE e especialmente para a entrevista coletiva de sua presidente. No mercado internacional de câmbio o dólar perde levemente de seus pares e opera também no modo perdedor para a maioria das divisas emergentes e ligadas às commodities. Internamente o dólar comercia deve abrir em leve queda, com os participantes deste mercado de olho na decisão do BCE e no fluxo de investidores estrangeiros com destino a B3”, explicou Jefferson Rugik, da Correparti Corretora de Câmbio.

“A trajetória incerta do câmbio, de alternar altas e baixas, diz justamente sobre a ausência de trigger que justifique no curto prazo algum movimento mais consistente. E, portanto, o câmbio fica sujeito aos fluxos naturais de oferta e demanda. Nada de relevante ocorreu que pudesse justificar movimento forte”, disse João Beck, economista e sócio da BRA.

“Tivemos no início da semana uma realização de lucros e alta do dólar por receios da variante delta. Mas aos poucos esse risco vai se dissipando e vemos a efetividade das vacinas, dando lugar ao pano de fundo que ainda é construtivo. Assim, sem grandes sustos no front político, podemos esperar que o real retome sua trajetória de valorização que já vinha fazendo”, acrescentou Beck.

As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) operam em leve alta acompanhando a apreciação do dólar em relação ao real com os investidores ainda digerindo a decisão do Banco Central Europeu (BCE) de manter a taxa básica de juros em zero.

Por volta das 13h30, o DI para janeiro de 2022 apresentava taxa de 5,79%, de 5,77% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 7,17%, de 7,135%; o DI para janeiro de 2025 ia a 8,11%, de 8,13% antes; e o DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 8,55%, de 8,59%, na mesma comparação.