EUA sancionam ministro da Defesa de Cuba por repressão a protestos

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São Paulo – O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos anunciou sanções contra o ministro de Defesa de Cuba, Alvaro Lopez Miera, e à Brigada Especial Nacional do ministério do interior cubano em conexão com a repressão de protestos pacíficos e pró-democráticos no país, iniciados em 11 de julho.

“O povo cubano está protestando pelos direitos fundamentais e universais que merece de seu governo”, disse a secretária do Tesouro norte-americano, Janet Yellen. “O Tesouro continuará a impor suas sanções relacionadas a Cuba, incluindo as impostas hoje, para apoiar o povo cubano em sua busca pela democracia e alívio do regime cubano.”

Segundo o Departamento do Tesouro, em comunicado, o Ministério das Forças Armadas Revolucionárias de Cuba, liderado por Lopez Miera, “desempenhou um papel fundamental na repressão dos protestos em curso em Cuba, nos quais os cidadãos cubanos pedem o fim do regime de 62 anos e deterioração das condições de vida em toda a ilha, além de exigir acesso a bens e serviços básicos e atendimento médico”.

O ministério cubano e os serviços de segurança do governo “atacaram manifestantes e prenderam ou fizeram desaparecer mais de 100 manifestantes na tentativa de reprimir esses protestos”, diz o comunicado.

Sob as sanções, todos os bens e interesses na propriedade de pessoas entidades listadas ficam bloqueados, e elas não podem fazer negócios nos Estados Unidos, entre outras restrições.

Há cerca de dez dias, o governo de Cuba enfrentou uma onda de protestos não vistos em décadas, em meio a uma generalizada escassez de bens básicos, cobranças de direitos políticos e o pior surto de covid-19 desde o começo da pandemia.

O governo dos Estados Unidos negou envolvimento nos protestos. “Os cubanos estão cansados da má gestão da economia cubana, da falta de alimentação adequada e, claro, da resposta inadequada à pandemia de covid-19. Isso é o que ouvimos e vemos em Cuba, e isso é um reflexo do povo cubano, não dos Estados Unidos ou de qualquer outro ator externo”, disse o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, disse em 12 de julho.