Petrobras reverte prejuízo e lucra R$ 42,86 bilhões no segundo trimestre

727

São Paulo – O lucro líquido aos acionistas da Petrobras somou R$ 42,86 bilhões no segundo trimestre, após prejuízo um ano antes. A receita líquida cresceu 117,5%, para R$ 110,71 bilhões.

“Os expressivos resultados alcançados neste trimestre, especialmente o fluxo de caixa operacional e o fluxo de caixa livre – resultam da nossa resiliência, foco nos melhores ativos e da nossa capacidade de adaptação. Ressalto ainda a forte desalavancagem, as conquistas com o processo de gestão de portfólio e, não menos importante, o substancial pagamento de dividendos como reconhecimento aos nossos acionistas. Trabalharemos para fazer com que esse payout seja mais consistente ao longo dos ano”, disse o CFO Rodrigo Araujo Alves, no release de resultados da estatal.

O lucro recorrente, que desconta dos resultados eventos que melhoraram ou pioraram o resultado da empresa e não devem se repetir em outros períodos, somou R$ 40,7 bilhões.

O ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) aumentou 147,9%, para R$ 61,94 bilhões. Em termos ajustados – que excluem da conta participações em investimentos, reavaliações nos preços de ativos, resultados com desinvestimentos e realização dos resultados por venda de participação societária -, o ebitda aumentou 147,9%, para R$ 61,938 bilhões.

A dívida líquida da companhia ao fim do segundo trimestre encolheu 25,2%, para US$ 53,262 bilhões, o que equivale a 1,49 vez.o ebitda ajustado em dólar acumulado pela Petrobras num período de 12 meses. Um ano antes, este índice era de 2,34 vez.

O lucro líquido aos acionistas da Petrobras com as operações de exploração e produção aumentou 315,7% no segundo trimestre, para R$ 26,16 bilhões. O preço médio do petróleo tipo Brent – a referência no mercado internacional – praticado no período subiu 135,7% na comparação anual, para US$ 68,83 o barril. No Brasil, o preço médio de venda subiu 173,4%, para US$ 65,57 o barril, ficando abaixo do praticado no exterior.

O custo de extração de petróleo e gás no Brasil, chamado de “lifting cost”, teve queda de 3,3%, para US$ 6,37 por barril de petróleo equivalente (boe, na sigla em inglês), sem levar em consideração a participação do governo. Com a participação do governo, o lifting cost cresceu 91,6%, para US$ 17,07 por boe. Nos campos do pré-sal, o custo de extração de petróleo e gás aumentou 5,4% no segundo trimestre, para US$ 2,52 por boe. Nenhum destes números leva em consideração as despesas da Petrobras com afretamento.

O lucro líquido aos acionistas da Petrobras com as operações de refino somou R$ 8,89 bilhões no segundo trimestre, após prejuízo um ano antes, enquanto no setor de gás e energia o resultado líquido foi positivo, subindo 32,5%, para R$ 1,17 bilhão.

A companhia também destacou que “2021 ainda é um ano de transição”, em que dedicará grande parte de sua geração de caixa ao pré-pagamento da dívida, com o objetivo de atingir a dívida bruta de US$ 60 bilhões.

CRESCIMENTO TRIMESTRAL

O crescimento do lucro líquido em base trimestral, de R$ 41,7 bilhões no primeiro trimestre, reflete maiores margens de derivados, maiores volumes de vendas de óleo e derivados no mercado interno e de exportações, ganhos cambiais devido à valorização do real frente ao dólar e ganhos de participações em investimentos, principalmente devido à reversão de “impairment” da BR Distribuidora, refletindo a precificação da oferta pública de ações, disse a companhia.

Já o ebitda ajustado, que foi R$ 13 bilhões superior ao do primeiro trimestre, espelha a valorização dos preços do Brent, as maiores margens de derivados, aumento do volume de vendas no mercado interno e das exportações e ganho complementar com a exclusão do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) da base de cálculo do PIS/Cofins.