São Paulo – A safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas em 2021 deve produzir 256,1 milhões de toneladas de grãos, o que representa alta de 0,8% em relação à safra de 2020, ou 1,9 milhão de toneladas a mais, além de um novo recorde, conforme dados da oitava estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para este ano. Porém, houve uma queda de 0,9% (ou 2,4 milhões de toneladas) em relação à estimativa anterior.
Os aumentos recordes da produção de soja em 9,8% (somando 133,4 milhões de toneladas), apesar da queda de 11,3% prevista para a safra de milho (sendo +2,4% na primeira safra e -5,9% na segunda safra), chegando a 96,1 milhões de toneladas em relação a 2020, devem ser os principais responsáveis pelo prognóstico deste ano. O cultivo de arroz deve subir 4,1% (115 milhões de toneladas) ante o ano passado, enquanto a safra de algodão herbáceo deve despencar 16,6%, a 5,9 milhões de toneladas.
A área total a ser colhida deve ser de 68,2 milhões de hectares, alta de 4,3% (mais 2,8 milhões de hectares) em relação ao ano passado, com acréscimos de 6,5% na área do milho (+1,6% na primeira safra e +8,2% na segunda) e de 4,4% na da soja em relação ao ano passado. Porém, houve quedas de 16,0% na área do algodão herbáceo e de 0,1% na do arroz.
Na comparação com a previsão de junho, a estimativa da área a ser colhida cresceu 0,3% (177,6 mil hectares). O arroz, o milho e a soja somaram 92,4% da produção e 87,7% da área colhida.
Segundo o analista da pesquisa, Carlos Barradas, a retração da safra se deve ao atraso na colheita da soja, que reduziu a janela de plantio do milho. Essa mudança deixou as lavouras mais dependentes do clima e, com a baixa ocorrência de chuvas em estados produtores, a produção foi prejudicada.
Entre as unidades da federação, Mato Grosso lidera a produção nacional de grãos, com uma participação de 27,7% na safra do país, seguido por Paraná (14,6%), Rio Grande do Sul (13,7%) e Goiás (9,1%). Entre as regiões, o Centro-Oeste é líder com 45,3% de participação na produção nacional de grãos, mas a estimativa é de queda de 4,6% nesta safra. O Sul (7,5% da produção nacional), Sudeste (3,4%), Nordeste (4,9%) e o Norte (0,9%) tiveram altas nas estimativas.
O levantamento do IBGE foi realizado em colaboração com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).