Após pior trimestre da história com pandemia, Intermédica vê crescimento

427

São Paulo – Após afirmar que o segundo trimestre foi o pior e o mais desafiador da história do Grupo Notre Dame Intermédica em termos de resultados em função da pandemia de coronavírus, a companhia disse que os níveis de internação já estão voltando aos níveis pré-covid-19 e vê oportunidades de crescimento, seguindo a aberta à aquisições.

“Este foi o pior trimestre da história da organização, sendo que o segundo trimestre de 2020 tinha sido talvez o melhor, então a comparação também pode ser enganosa. A segunda onda impactou em termos de volume de internações, óbitos, mas ampliamos nossos serviços, rede, fizemos o necessário para salvar vidas. Foi um momento conjuntural, agora já estamos em níveis de internação pré-covid”, afirmou o diretor presidente da companhia, Irlau Machado Filho, em teleconferência de analistas sobre os resultados do trimestre.

Segundo o executivo, ainda está previsto um aumento de internações, agora, em função de cirurgias eletivas, que foram adiadas em função da pandemia, mas ele destaca que mesmo durante a pandemia o grupo não deixou de fazer cirurgias necessárias e que esse aumento deve ficar em nível confortável. “Estamos saindo fortalecidos dessa crise, com canais adicionais para atendimento, mais leitos, mais hospitais, isso faz com que a gente traga para dentro um nível de internação inigualável”, disse ainda.

O mesmo foi dito em relação a exames, com um aumento de novos exames em função do represamento de cirurgias e ainda algum volume de exames de covid-19, mas que afirma que também ocorre de forma controlada.

De acordo com Machado, ajuda nesse movimento o crescimento da rede também feito por meio de aquisições e a experiência do grupo em fazer processos de integração rapidamente. “Estamos em processo muito acelerado de integração graças à experiência de 25 aquisições ao longo dos últimos anos, temos equipe bem montada para lidar com isso, administradores, economistas, analistas, técnicos de TI”, reiterou.

Entre as aquisições recentes, o presidente do grupo destacou as compras de hospitais feitas na região Sul, principalmente, no estado do Rio Grande do Sul, que afirmou que se trata de uma região estratégica para a expansão do grupo e de um mercado importante. “Na região Sul foram sete aquisições, temos tamanho de mercado importante lá”, disse.

A intenção da Intermédica é também continuar crescendo organicamente e via aquisições. Segundo Machado, embora não tenha dado detalhes, estão sempre atentos a oportunidades, inclusive de concorrentes que enfrentaram mais dificuldades durante a pandemia.

“Algumas companhias menores em termos de escala vão ter problemas sérios, empresas de menor porte que não podem distribuir e diluir custos da forma que nós conseguimos estarão em maus lençóis e serão novas oportunidades. Também vemos empresas de grande porte tendo dificuldades em termos de sinistralidade e tem operadoras que vão ter que apertar preço para sobreviver”, afirmou.

Em relação a preços, o executivo disse que o grupo segue mantendo a mesma estratégia, visando mais o longo prazo, sem grandes alterações para atrair clientes e sem temer a concorrência.

“Não vamos entrar em guerra de preços com ninguém, nós não somos bobinhos, estamos em mercado há muito tempo e entendemos que uma mudança de preço agora às vezes não se mantém no ano que vem, faremos a coisa adequada, de longo prazo. Temos vantagem competitiva importante em função de termos uma rede própria atuante, temos oportunidade de continuar crescendo com preços justos, adequados à realidade do país”, disse.