MERCADO AGORA: Veja um sumário dos negócios até o momento

551

São Paulo – A bolsa engatou movimento de queda, após operar com muita volatilidade, pressionada pelas ações das commodities, principalmente Vale (VALE3), e passa para a faixa dos 118 mil pontos. Atrelado a isso, o resultado do índice de confiança do consumidor nos Estados Unidos ficou pior que o esperado pelos analistas – recuou para 113,8 pontos em agosto – e impactou negativamente o Ibovespa.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa operava em queda de 0,83%, aos 118.743,08 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 12,7 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em outubro de 2021 apresentava recuo de 1,06%, aos 119.325 pontos.

Por aqui, os investidores aguardam o desfecho da reunião entre os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, que discutem os precatórios. O mercado fica atento para a entrega da Proposta de Lei Orçamentária Anual (PLOA) para 2022.

Para Leonardo Santana, analista da Top Gain, os papéis das commodities e índice nos Estados Unidos abaixo das expectativas refletem a volatilidade. “As ações ligadas às commodities, com forte peso no índice, são impactadas pelo recuo do petróleo e minério de ferro; além do resultado pior que o esperado do índice de confiança ao consumidor nos Estados Unidos”.

Santana destacou o recuo do petróleo antes da reunião de amanhã da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (Opep+). “A postura dos membros da Opep+ deve ser a mesma do encontro anterior, de aumentar a produção em 400 mil barris”.

O analista da Top Gain acrescentou que as ações da Vale (VALE3) pesam muito no índice e devem seguir provocando volatilidade durante o pregão. “Apesar da alta do setor financeiro, não é possível trazer otimismo para a Bolsa”.

Rodrigo Friedrich, sócio da Renova Invest afirmou que a Bolsa terá um dia de queda “impactada pelas commodities” e salientou que o PMI da China do setor industrial -caiu para 50,1 pontos em agosto ante 50,4 em julho- demonstrou “uma desaceleração muito grande e me parece perigoso, se viesse abaixo do esperado, mas acima dos 50 pontos, que é o termômetro da economia, já seria bom. O resultado mostra que a China está fraquejando”.

Para Jansen Costa, sócio-fundador da Fatorial Investimentos, o que dá o tom da nossa Bolsa é dado do PMI da China “mostra a fraqueza da economia e o governo deve soltar algum estímulo para a desaceleração do crescimento”. Outro ponto que Costa ressaltou foi o controle das commodities, hoje o minério tem forte queda. “Como a nossa Bolsa é pautada no crescimento chinês, é um motivo de atenção este processo da China”.

Mais cedo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou o resultado da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), que apontou queda na taxa de desemprego, de 14,1% em junho. “Surpreendeu o mercado levemente, mas não deve refletir muito na Bolsa. O preço das commodities deve machucar um pouco o Ibovespa”, concluiu.

O dólar opera com forte viés de queda no final desta manhã. Este movimento é reflexo de números positivos como a taxa de desocupação da população brasileira que foi de 14,1% no trimestre móvel terminado em junho, ante uma expectativa de 14,5%, e da sinalização do início da retirada de estímulos da economia norte-americana apenas em dezembro.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava queda de 0,82%, sendo negociado a R$ 5,1460 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em setembro de 2021 apresentava recuo de 0,81%, cotado a R$ 5,143.

Para a economista-chefe da Reag Investimentos, Simone Pasianotto, “o dólar sofre um forte enfraquecimento frente aos pares e moedas emergentes. A perspectiva do tapering (remoção de estímulos), nos Estados Unidos, apenas para dezembro, também contribui para isso”.

O cenário de menos turbulência interna, somado aos números positivos divulgados nesta manhã, reforçam o câmbio favorável: “o déficit (nominal e primário) também foi abaixo do esperado”, pontua Pasianotto. Para o head de análise econômica da GreenBay Investimentos, Flávio Serrano, “o orçamento de 2022 é o ponto mais importante do dia”. “A solução é que o governo talvez estenda o auxílio emergencial por mais alguns meses”, diz Serrano referindo-se ao teto do orçamento.

Serrano aborda os impactos negativos da incerteza quanto ao cumprimento das metas fiscais: “Temos tido notícias positivas na área fiscal, que porém são anuladas pelos ruídos. No final, as forças se anulam”, pontua. O head também ressalta que hoje é um dia positivo para as moedas emergentes, no âmbito global.

As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) operam em alta em um dia no qual a evolução da agenda de indicadores econômica entra em choque com a permanência das incertezas políticas no radar dos investidores.

Por volta das 13h30, o DI para janeiro de 2022 apresentava taxa de 6,740%, de 6,725% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 8,475%, de 8,40%; o DI para janeiro de 2025 ia a 9,50%, de 9,37% antes; e o DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 9,90%, de 9,77%, na mesma comparação.