Câmara pode servir de ponte para pacificar tensões, diz Lira

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São Paulo – O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), disse que o Legislativo pode servir como uma ponte para diminuir as tensões entre o presidente Jair Bolsonaro e o Supremo Tribunal Federal (STF), mas fez críticas à postura do presidente da República nas manifestações de ontem.
“A Câmara apresenta-se hoje como motor de pacificação. Na discórdia, todos perdem”, disse ele durante um pronunciamento, acrescentando que a arquitetura de Brasília prevê Executivo, Judiciário e Legislativo “equidistantes, mas vizinhos e próximos o suficiente para que hoje a gente possa se apresentar como uma ponte de pacificação entre Judiciário e Executivo”.
“Este papel que queremos desempenhar agora. A Câmara dos Deputados está aberta a conversas e negociações para serenarmos, para que todos possamos nos voltar ao Brasil real”, acrescentou.
O presidente da Câmara também fez uma crítica indireta aos comentários do presidente Jair Bolsonaro contra as urnas eletrônicas feitos ontem durante manifestações a favor de seu governo.
“Os Poderes têm delimitações. O tal quadrado deve circunscrever-se ao raio de atuação, Isto define respeito e harmonia. Não posso admitir questionamento sobre decisões tomadas e superadas como a do voto impresso. Uma vez definida, vira-se a página”, afirmou, mencionando a proposta apoiada pelo presidente Bolsonaro, de acoplar uma impressora à urna eletrônica, que foi derrotada em votação na Câmara.
“E hora de dar um basta a esta escalada em um infinito looping negativo. Bravatas em redes sociais, vídeos e um eterno palanque deixaram de ser um elemento virtual e passaram a impactar o dia a dia do Brasil de verdade”, afirmou Lira.
O presidente da Câmara também disse que a Constituição brasileira “jamais será rasgada” e que o “único compromisso inadiável e inquestionável” são as eleições no ano que vem. “Com as urnas eletrônicas, são as cabines eleitorais, com sigilo e segurança, que o povo expressa soberania. Que até lá tenhamos todos serenidade e respeito às leis, à ordem e à principalmente à terra que todos amamos”.