MERCADO AGORA: Veja um sumário dos negócios até o momento

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São Paulo – O Ibovespa segue em terreno positivo com os investidores observando o cenário mais calmo em Brasília, após uma semana estressante com os atos de 7 de setembro, e à espera das reformas para o bom andamento da economia. Os papéis das instituições financeiras e da Petrobrás contribuem para impulsionar o índice, que chegou a subir um pouco mais de 2%, mas voltou o movimento, e firma nos 116 mil pontos.
Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa operava em alta de 2,32%, aos 117.943,47 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 13,4 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em outubro de 2021 apresentava avanço de 2,41%, aos 117.470 pontos.
José Costa Gonçalves, analista da Codepe Corretora, o mercado tem um dia mais calmo, após as tensões da semana passada quando vários papéis do setor de consumo, elétrico e bancos foram fortemente impactados com as declarações do presidente no dia 7 de setembro. “Hoje os papéis dos bancos e Petrobras puxam o índice, setor elétrico e consumo se recuperam. O mercado tem de a voltar à normalidade e aguarda pelas reformas no Congresso”.
O analista da Codepe Corretora também afirmou que “estamos sem notícias aqui e lá fora”.
Os papéis dos bancos e da Petrobras ajudam a puxar o índice para cima. As ações do Bradesco (BBDC3) e BBDC4) subiam 1,54% e 1,62% e Itaú (ITUB4) aumentavam 0,86%; Petrobras (PETR3 e PETR4) valorizavam 2,68% e 2,92%.
Para Ricardo Oliboni, chefe da Mesa da Axia Investing, o mercado está reagindo mais positivamente na sessão de hoje após ter sofrido com declarações antidemocráticas do presidente na semana passada e “ventos melhores encaminham para o equilíbrio dos Poderes; vejo de suma importância para o bom andamento da economia e crescimento em nosso país”. Oliboni destacou que as ações dos bancos ajudam a impulsionar o Ibovespa.
O presidente da Câmara, Arthur Lira, (PP-AL) tem a intenção de votar o parcelamento dos precatórios e a reforma administrativa nesta semana.
Para a economista da CM Capital, Ariane Benedito, com a ausência de indicadores domésticos, “a expectativa para a abertura da Bolsa é seguir a tendência do mercado internacional”.
Para Ubirajara Silva, gestor da Galapagos Capital, os protestos da véspera contra o presidente mostrou que “Bolsonaro saiu ganhando porque na manifestação de 7 de setembro, o presidente mobilizou muito mais pessoas”.
No exterior, o petróleo tem dia de alta e as commodities metálicas caem, com destaque para o minério de ferro que perdeu 1,4% na bolsa de Dailan, na China. O gestor da Galapagos comentou que “o minério de ferro vem acumulando perdas consecutivas e está no valor mínimo dos últimos 15 meses”.
“O mercado continua bem preocupado com a inflação no Brasil e com o crescimento do País e os ativos domésticos acabam sendo pressionados”, disse Silva . O Boletim Focus, divulgado toda segunda-feira pelo Banco Central (BC), mostrou que as instituições financeiras elevaram de 7,58% para 8% a estimativa para a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A meta para o período é de 3,75%. Na próxima semana é a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC). O mercado prevê alta de 1,25 ponto porcentual (pp), pontuou Silva.
Silva destacou que os investidores ficarão atentos aos números da economia dos Estados Unidos que serão divulgados na semana, como dados da produção industrial e vendas no varejo. “Os dados são importantes para ver como está caminhando a economia norte-americana e serão utilizados pelo Fed para tomar decisão em relação ao tapering; observar se a variante delta continua impactando na economia”. Na próxima semana acontece a reunião do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano).
O dólar opera em queda nesta manhã. Por mais que a calmaria política ainda surta efeito na moeda norte-americana, as questões fiscais continuam no radar e deixam o mercado em alerta.
Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava queda de 1,06%, sendo negociado a R$ 5,2110 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em setembro de 2021 apresentava recuo de 0,80%, cotado a R$ 5,225.
De acordo com fonte ouvida pela CMA, “em médio prazo existem muitas questões como a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios, assim como saber qual será o espaço no orçamento para o novo Bolsa Família”. A fonte ainda disse que o mercado está apreensivo com as soluções que o governo irá encontrar para estes problemas, sem estourar o teto do orçamento.
Para o head de renda variável da Levante, Flávio Conde, “o câmbio deve operar na direção dos R$ 5,20 e, se as coisas continuarem calmas em Brasília, pode chegar em R$ 5,15 no final da semana”.
O radar do mercado, porém, está alerta: “o risco fiscal continua”, diz Conde referindo-se às incertezas sobre os precatórios e o novo Bolsa Família.
As taxas dos contratos futuros de Depósito Interfinanceiro (DI) seguem operando em queda, em sua maioria. Apenas o contrato mais curto virou e passou de queda para alta, com investidores ainda digerindo os dados de inflação no Brasil. Os contratos médios e longos seguem operando em queda acentuada, com o mercado apostando num cenário mais tranquilo na política nacional.
Por volta das 13h30, o DI para janeiro de 2022 tinha taxa de 7,31%, de 7,285% no ajuste de sexta-feira; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 9,125%, de 9,16%; o DI para janeiro de 2025 ia a 10,10%, de 10,18% antes; e o DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 10,46%, de 10,56%, na mesma comparação.