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São Paulo – Após volatilidade, o Ibovespa passa a firmar em alta com os investidores acompanhando o depoimento do presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, na Comissão de Minas e Energia da Câmara, que defende a política de preços da empresa e acaba favorecendo o índice.
Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa operava em alta de 0,51%, aos 117.002,65 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 13,4 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em outubro de 2021 apresentava avanço de 0,62%, aos 117.435 pontos.
Mais cedo, os investidores repercutiam positivamente os dados de inflação de agosto (CPI, sigla em inglês) nos Estados Unidos e a fala do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, no evento do BTG Pactual. Campos Neto afirmou que vai levar a Selic para “onde precisar” para controlar a inflação. Hoje também tem a participação do ministro da Economia, Paulo Guedes, no evento.
Flavio Conde, head de renda variável da Levante, afirmou que a firmeza do presidente da Petrobras em defender a manutenção da política de preços da estatal “ajuda o mercado a comprar um pouco”. Mas ressaltou que a estatal poderia estar em torno de R$ 34 e 35 “se os riscos políticos não existissem e se a empresa fosse privatizada estaria em R$ 50. O investidor não tem motivo contundente de ficar comprador em Petrobras e muitos não têm mais a empresa no portfólio após o melhor trimestre de lucro da história”. Os papéis da estatal (PETR3 e PETR4) caíam 0,74% e 0,80%, cotados a R$ 26,68 e R$ 26,02.
Jansen Costa, sócio-fundador da Fatorial Investimentos, os vários eventos de hoje estão agitando o mercado. “O CPI dos Estados Unidos veio em linha com o esperado, mas temos de ficar atentos com a entrada do inverno por lá com o possível aumento da energia, que está fora do core do CPI e pode impactar a inflação no segundo semestre, mas no curto prazo está tranquilo”.
Em relação à Petrobras, o presidente da estatal está reafirmando o que as pessoas deveriam conhecer que “é difícil mexer na política de preços da Petrobras porque está no estatuto e gera volatilidade, mas está mais normalizado”, citou o sócio fundador da Fatorial Investimentos.
Costa comentou que o movimento de melhora no cenário político também favorece o mercado de ações.
Para os analistas da Mirae Asset, após a alta da véspera, “o Ibovespa deve atuar de forma moderada acompanhando seus pares no exterior”.
A economista Ariane Benedito, da CM Capital, afirmou que a alta da gasolina promete mexer com o cenário político nesta terça-feira por causa do depoimento do presidente da petrolífera. “O mercado ficará atento às respostas de Silva, pois as ações da Petrobras devem reagir imediatamente a cada declaração do presidente da principal estatal brasileira, que têm um peso significativo no Ibovespa”
Para a economista da CM Capital, a expectativa de abertura para a Bolsa “tende a impactar negativamente o índice” com as notícias setoriais abrangendo a Petrobras.
Já Rodrigo Friedrich, sócio da Renova Invest, aposta em um dia de alta para o Ibovespa. “A Bolsa brasileira está muito descontada em relação às bolsas mundiais”.
Pela manhã, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os dados de serviço, que subiram 1,1% em julho ante junho e acumula alta de 10,7% em 2021. E a quarta alta seguida.
De acordo com o Departamento de Trabalho nos Estados Unidos, o índice de preços ao consumidor em agosto subiu 0,3% em comparação com julho, já descontados os fatores sazonais. Os analistas previam alta de 0,4%. Nos 12 meses até agosto, o índice aumentou 5,3% e o mercado estimava ganho de 5,4% em base anual.
O dólar opera em leve alta. Se por um lado as falas do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, tentaram passar segurança, por outro, ruídos como a tuitada do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, questionando a política de preços da Petrobras, contribuem para a volatilidade da moeda norte-americana.
Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava alta de 0,22%, sendo negociado a R$ 5,2350 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em setembro de 2021 apresentava avanço de 0,27%, cotado a R$ 5,248.
Para o economista-chefe da Necton, André Perfeito, “o câmbio está ‘de lado’ e o mercado em standby, aguardando os desdobramentos do tweet do Lira. Tudo pode acontecer”.
Na manhã desta terça, o presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, participou de comissão geral no plenário da Câmara dos Deputados. “Sabemos que há uma série de incidências sobre o preço da gasolina que não tem a ver com o custo da Petrobras e nós não passamos a volatilidade momentânea dos preços internacionais”, disse o executivo em resposta aos questionamentos dos deputados sobre o preço dos combustíveis.
Segundo o gestor de renda fixa da Porto Seguro Investimentos, Bruno Canesin, “o Roberto Campos deixou claro que irá alterar a Selic o quanto for necessário, mas que não irá alterar o ‘plano de voo’ a cada dado novo”.
Canesin também destaca a importância do BC no controle do câmbio: “a garantia que Campos Neto passou sobre o overhedge (proteção cambial adicional dos bancos), de que a instituição ‘fará frente a essa demanda pontual de final de ano’, também contribui para o movimento do dólar nesta terça”, pontua o gestor.
As taxas dos contratos futuros de Depósito Interfinanceiro (DI) aceleraram a queda na sessão, mesmo com o dólar comercial operando em alta. Os contratos acompanham uma melhora no cenário global com dados de inflação nos Estados Unidos e também uma calmaria no lado político brasileiro, trazendo mais motivos para os investidores voltarem a ter mais apetite ao risco.
Por volta das 13h30, o DI para janeiro de 2022 tinha taxa de 7,02%, de 7,295% no ajuste de ontem; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 8,915%, de 9,15%; o DI para janeiro de 2025 ia a 10,05%, de 10,14% antes; e o DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 10,48%, de 10,49%, na mesma comparação.