São Paulo – O ministro da Economia, Paulo Guedes, reiterou ser favorável à privatização da Petrobras e, alternativamente, sugeriu que a empresa migre para o Novo Mercado – o que na prática equipararia ações preferenciais a ordinárias e diluiria a participação da União na companhia.
Em entrevista coletiva concedida ontem à noite, em que foi questionado sobre o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), defendendo a discussão sobre a privatização da Petrobras, Guedes disse que também seria possível levar a empresa ao Novo Mercado da B3.
“Hoje o governo controla a Petrobras com ações ordinárias. Se falar que vai para o Novo Mercado, cálculos são de que a Petrobras pode ganhar R$ 100 bilhões, R$ 150 bilhões [em valor de mercado]. Eu defendo desde o início privatizar todas as empresas estatais, pegar esses recursos e melhorar as políticas sociais, os programas de transferência de riqueza, não é só de renda. Capitalismo popular, Margaret Thatcher, vamos distribuir um pouco”,
disse ele aos jornalistas.
“O Brasil tem R$ 1 trilhão em valor de imóveis. quase R$ 1 trilhão em estatais, R$ 2,5 trilhões em fundos recebíveis. O governo é rico, o povo é pobre. Então se a gente pegar, fizer um fundo, botar lá ações da Petrobras, da Caixa Seguridade, botar ações de empresas estatais num fundo. Se não quiser privatizar, tudo bem, paga dividendos sociais. Se quiser privatizar, aí sim você vende”, afirmou.
“A ideia é muito simples. Se o preço do petróleo está subindo, a Petrobras está subindo de valor e pode subir mais ainda se eu falar que vou privatizar. Se fizer uma corporation. No caso da Petrobras, pode subir de valor porque vai para o Novo Mercado, vai acabar diferença entre ordinária e preferencial. Governo pode continuar com golden share, mas mercado aplicará múltiplo de empresa privada. Toda vez que combustível subir, você tem ações da Petrobras valendo mais, vende um pouquinho das ações e deixa as pessoas
mais pobres comprarem gás natural”, afirmou.