São Paulo – Vários membros do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) afirmaram que a elevação da taxa básica de juros deve vir antes do previsto se a inflação continuar a persistir no país, de acordo com a ata da última reunião do comitê no início do mês.
De acordo com o documento, muitos dos diretores do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) também acham que caso a pressão inflacionária persistir, será necessário aumentar o ritmo da redução de compra de ativos.
“Vários participantes observaram que o Comitê deve estar preparado para ajustar o ritmo de compras de ativos e aumentar a faixa-alvo para a taxa de fundos federais mais cedo do que os participantes atualmente anteciparam se a inflação continuasse a correr mais alto do que os níveis consistentes com os objetivos do Comitê”, diz na ata divulgada há pouco.
Na última reunião do Fomc, os membros decidiram por manter a taxa básica de juros na faixa entre zero e 0,25%, mas optaram por iniciar uma redução em seu programa de compra de ativos de US$ 120 bilhões em US$ 15 bilhões em novembro e mais US$ 15 bilhões em dezembro.
Os membros destacaram que o Fed deve permanecer flexível para agir rapidamente caso a instabilidade nos preços persista. No entanto, muitos concordaram que os critérios para decidir um aumento de taxa básica devem ser mais rígidos do que os escolhidos para a redução de compra de ativos.
“Os participantes em geral viram o atual nível elevado de inflação como um reflexo em grande parte de fatores que provavelmente seriam transitórios, mas julgaram que as pressões inflacionárias poderiam demorar mais para diminuir do que haviam avaliado anteriormente”, segundo o documento.
“Eles observaram que a onda da variante Delta do novo coronavírus intensificou os impedimentos às cadeias de abastecimento e ajudou a sustentar o alto nível de demanda de bens, aumentando a pressão de alta sobre os preços”, afirma a ata.
Apesar disso, a maioria dos membros acredita que a “taxa de inflação diminuiria significativamente durante 2022 à medida que os desequilíbrios de oferta e demanda diminuíssem”, apesar de sua incerteza quanto a isso ter aumentado.
Por fim, os membros observaram que, com o progresso nas vacinações e forte apoio fiscal e monetário, “os indicadores de atividade econômica e emprego continuaram a se fortalecer. Os setores mais afetados pela pandemia melhoraram nos últimos meses, mas o aumento nos casos de covid-19 retardou sua recuperação”. O aumento de vacinações e melhora nos gargalos de entrega de suprimentos deve fazer a situação melhorar no próximo ano.