São Paulo – Segundo notícias veiculadas, a Vale supostamente abriu uma subsidiária que pretende vender areia para reduzir o volume de rejeitos descartados em suas barragens. Ainda sem nome, a empresa só pode ser criada depois de uma resolução da Agência Nacional de Mineração permitiu que as mineradoras comercializem os rejeitos das minas.
Procurada pela Agência CMA, a mineradora não confirmou a notícia, mas disse que anunciou, no final de novembro, o desenvolvimento de areia sustentável no fim de novembro. Na ocasião, a companhia anunciou já ter acertada a destinação de mais de 1 milhão de toneladas de areia para venda ou doação em 2022. “Os compradores são empresas com atuação em Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo e o Distrito Federal. A estimativa é que em 2023 esse número chegue a 2 milhões de toneladas”, disse a empresa, em comunicado divulgado em 30 de novembro.
De acordo com a Vale, trata-se do resultado de sete anos de pesquisas e investimentos da ordem de R$ 50 milhões. “Uma areia com qualidade comercial para aplicação no mercado da construção civil”, disse a empresa.
O produto é desenvolvido na Mina de Brucutu, em São Gonçalo do Rio Abaixo (MG), a partir de adequações na operação de minério de ferro no estado de Minas Gerais. “O material arenoso, anteriormente descartado em pilhas e barragens, é processado e transformado em produto, seguindo os mesmos controles de qualidade da produção de minério de ferro”, explica a empresa, que informou ter processado, neste ano, 250 mil toneladas de areia, destinadas à venda ou doação para uso em concretos, argamassas, pré-fabricados, artefatos, cimento e pavimentação rodoviária.
Segundo o vice-presidente executivo de Ferrosos da Vale, Marcello Spinelli, isso seria uma forma de promover a economia circular dentro das unidades da mineradora. “Além disso, reduz o impacto da disposição de rejeitos para o meio ambiente e a sociedade, além de ser uma alternativa confiável para a indústria da construção civil, que possui uma alta demanda por areia.”
A areia resultante do tratamento de minério de ferro é um produto 100% legal, com alto teor de sílica e baixo teor de ferro, além de alta uniformidade química e granulométrica. Segundo os especialistas da Vale, o processamento mineral para obtenção da areia é essencialmente físico, não alterando a composição dos materiais, portanto o produto não se trata de um produto tóxico.
Edição: Cynara Escobar (cynara.escobar@cma.com.br)